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Projeto oferece oportunidade para mulheres privadas de liberdade

Ação conjunta do Sebrae e Poder Judiciário pretende capacitar encarceradas para recolocação no mercado de trabalho
Por Redação
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O empreendedorismo pode ser uma peça importante no processo de ressocialização. Pensando nisso, o Sebrae e o Tribunal de Justiça de Pernambuco começaram nesta terça-feira (02), as atividades práticas do Projeto Voar, que visa levar orientações sobre como abrir e administrar um negócio para 50 mulheres privadas de liberdade. O projeto-piloto vai ocorrer na Colônia Feminina de Abreu e Lima, no Grande Recife. Durante sete meses, as reeducandas serão capacitadas com cursos e oficinas que focam no empreendedorismo nas áreas de beleza e gastronomia e, consequentemente, promovem a reinserção delas na sociedade.

A ação será realizada por meio do Sebrae Delas, programa permanente do Sebrae que busca estimular o empoderamento feminino. As participantes serão divididas em duas turmas, sendo a primeira sobre tendências de design de sobrancelhas e a segunda, de confecção de doces e salgados. Antes das aulas práticas, o grupo vai participar de encontros semanais que vão abordar temas como planejamento de um negócio, formalização, estratégias de marketing, técnicas de venda, entre outros.

A escolha dos cursos é fruto de um processo de escuta realizado entre as encarceradas. De acordo com a gerente de articulação institucional do Sebrae Pernambuco, Roberta Correia, a ideia é que as participantes possam utilizar as suas habilidades e talentos para escrever uma nova história, ao recuperarem sua liberdade. “ “Queremos trabalhar a oportunidade através do conhecimento, utilizando aquilo que elas já sabem fazer. E que a partir daí elas possam utilizar isso para gerar renda para suas famílias, possam empreender”, destacou Roberta.

Para a coordenadora da Mulher do TJPE, desembargadora Daisy Andrade, o objetivo da inciativa é criar oportunidade de trabalho para essas mulheres. “Nós percebemos que a empregabilidade para as mulheres através do empreendedorismo é algo que será, de fato, um divisor de águas na vida delas porque elas conseguem realçar um talento que às vezes já têm, ou mesmo aprender uma nova forma de fazer. E a forma mais acertada é através do Sebrae, que é uma empresa de experiência e de expertise no mercado”, destaca a magistrada.

A qualificação foi bem recebida pela população carcerária. A seleção das participantes foi feita com base no comportamento. De acordo com a gestora da penitenciária, Elisangela Santana, o projeto vai proporcionar a elas uma ocupação fora do sistema prisional, o que diminui as chances de reincidência. “Essa iniciativa representa a possibilidade de um retorno à sociedade com mais oportunidades. Elas saem do sistema carcerário estigmatizadas e precisam muito desse pontapé inicial, desse acolhimento no mercado de trabalho para que possam sair da criminalidade e ter uma nova vida”.

Para Jocivânia, de 39 anos, o curso representa uma oportunidade de mudança. “Sempre é bom a gente saber o que fazer, pra quando sair pra rua poder seguir a vida e não fazer mais o que a gente fazia. Quero sair e erguer minha vida”, declarou a reeducanda, que já trabalhou na área de costura e agora quer aprender a cortar as peças.

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