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Força, determinação e artesanato com a Arten

A Associação do Artesanato de Terra Nova participa da Fenearte no seu primeiro ano de existência e traz a força das mulheres nordestinas, negras e idosas da cidade
Por Vitória Vilela
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A Associação do Artesanato de Terra Nova (Arten) é uma iniciativa do Sebrae que reúne mulheres negras e idosas do município de Terra Nova, no Sertão de Pernambuco, que produzem peças artesanais para cama, mesa e banho em crochê, fuxico e macramê. A Arten conta com 16 mulheres, que produzem e vendem suas próprias peças, a fim de promover a diversidade do município e a força da comunidade criada por elas. Em seu primeiro ano de existência, a Arten deu um grande passo ao participar da Fenearte 2023, considerada a maior feira de artesanato da América Latina. No estande na feira, estão peças criadas pelas mãos dessas mulheres.

Cicera Adnivia, presidente da Arten, relembra a trajetória da associação. “Eu sou a presidente da Arten, mas foi uma iniciativa do Sebrae. Recebemos toda a assessoria e orientação necessárias para criar uma associação e abraçamos a ideia. Desde o início, foi o apoio do Sebrae e a da Prefeitura de Terra Nova que tornaram essa comunidade possível. Foi um trabalho em equipe, e o nosso objetivo é trazer o trabalho e a força dessas mulheres. Mesmo sendo nosso primeiro ano de associação, nós estamos na Fenearte e mostrando quem somos”, comenta.

A maioria das mulheres da Arten tem mais de 60 anos de idade e, por isso, Cicera destaca a importância de abrir espaço para esse grupo. “As pessoas acham que idosos devem ficar escanteados, mas quando você dá a oportunidade para eles, percebe a capacidade deles e a grandiosidade do que conseguem produzir”, fala a crocheteira. Para a participação na Fenearte, a equipe fez um esquema de revezamento, com integrantes em Terra Nova, produzindo novas peças, e outros na feira. “As peças da Arten são de todas nós, é um trabalho em conjunto que mostra a nossa diversidade. Cada uma deu um pouco de si e colocou nos produtos que nós exibimos hoje”, aponta Cicera.

Cicera produziu a sua primeira peça aos 10 anos de idade, uma roupa para a sua irmã. Em 2019, ela pôde retomar a prática do crochê, por meio de um curso que teve a oportunidade de participar. “Acho que foi o crochê que me descobriu quando eu estava passando por um momento muito complicado na minha vida. Sou casada, tenho dois filhos e a gente sempre tem problemas em casa. O crochê veio para me distrair e me dar uma renda extra, já que na época eu não trabalhava”, explica. Hoje, o carro-chefe da crocheteira são as peças de roupas de banho, que fazem muito sucesso com o público.

“Viemos aqui, pelo primeiro ano, apresentar o nosso trabalho. Viemos mostrar a nossa força, o nosso compromisso e o engajamento das mulheres nordestinas, negras e idosas. Fiquei muito emocionada com o resultado do nosso esforço”, diz Cícera. O próximo objetivo do grupo é organizar uma feira em Terra Nova para expor tudo que a Arten produziu. “As pessoas sabem que existem artesãs na cidade, mas é algo ainda muito tímido. Então queremos expor isso onde moramos. É um sonho que ainda está no papel, mas que vamos concretizar, com certeza”, concluiu a crocheteira.

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