Tatuagem, grafite, moda e diversidade, beleza e personalização. Em seu penúltimo dia de programação, a 12ª Feira do Empreendedor mostrou que transformar paixão em negócio é a principal tendência do empreendedorismo. Outra mensagem reforçada pelo evento é: acredite e trabalhe para fazer a sua ideia acontecer. Um dos grandes palestrantes da noite, o estilista Dudu Bertholini, afirmou que a inovação deve causar impactos positivos. Outra grande presença da noite, a influenciadora e empresária Camila Coutinho, reforçou que inovação e sucesso vem com fé, trabalho e verdade.
Dudu iniciou a sua palestra conduzindo o público por um passeio pelo conceito e a história da moda. Ao chegar nos dias atuais, ele mostrou que a moda e a diversidade nunca estiveram tão próximas, desconstruindo a ideia da moda excludente e que impacta negativamente o universo socioambiental. “Quer empreender na moda, então, use modos de produção justos, impacte a economia local, seja sustentável, faça moda para os diferentes corpos”, afirmou.
Logo após, a influenciadora digital Camila Coutinho trouxe ao palco a sua experiência de 19 anos com o blog Garotas Estúpidas e, agora, com a marca de produtos para beleza dos cabelos GE Beauty. Ela defendeu que a inovação deve estar alinhada com a verdade da marca e que é preciso “acreditar, persistir e trabalhar pela própria ideia até que ela se concretize. Esses eventos são importantes para tranquilizar os empreendedores sobre o fato de que até mesmo as grandes marcas têm a cozinha bagunçada. Estamos sempre resolvendo coisas”, assegurou.
Agora, atuando como empresária, Camila compartilhou com o público a sua experiência de criação de uma marca inovadora. A GE Beauty é uma marca de produtos para cabelos com uma linha completamente customizável. “Essa marca reflete o conceito de beleza no qual eu acredito, de produtos naturais, customizáveis. É muito importante que a marca seja verdadeira”, afirma.
ECONOMIA CRIATIVA
A Feira do Empreendedor também mostrou que a tendência de mercado tem como princípio transformar paixão em um negócio. Um dos atrativos da programação mais alinhados com essa premissa é o espaço Economia Criativa. No local, os participantes puderam conhecer a primeira empresa de grafite de Pernambuco, chamada Cabra Produções.
Até pouco tempo atrás, o grafite era só uma paixão e ferramenta de expressão para o artista visual Max Motta. No Espaço Economia Criativa, o artista deu dicas sobre como empreender no ramo, enquanto esculpia um painel para decorar as paredes do evento. Hoje, ele está à frente da Cabra Produções, a primeira empresa de mega murais de grafite de Pernambuco, que prova que a paixão, na verdade, era uma boa oportunidade de negócio.
Além de esculpir os murais, a empresa forma novos profissionais e apoia grafiteiros no mercado de trabalho. Pioneira, a empresa está influenciando a regulamentação dessa atividade econômica. Ele afirma que, por exemplo, é preciso regulamentar as medidas de proteção e segurança para os profissionais que trabalham com mega murais, “algo que ainda é inexistente em Pernambuco”, afirmou.
Max assegurou que o mercado do grafite é promissor. “Se você é um sonhador como eu, acredita no que faz, empreenda no grafite. É praticamente impossível dissociar o grafite da arquitetura e do urbanismo, então, tem demanda que precisa de mão de obra de qualidade”, orientou.
COLABORAÇÃO
A colaboração é uma das tendências de futuro do empreendedorismo, especialmente quando envolve a economia criativa. O Armazém da Criatividade, experiência apresentada pela gerente de Inovação, Pâmela Dias, no Espaço Economia Criativa é um bom exemplo deste formato de negócio. O espaço, sediado em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, oferece toda infraestrutura para que empreendedores possam tirar ideias do papel.
Empreendedores e estudantes têm acesso a laboratórios, coworking e salas de treinamento com desconto. Além disso, o projeto realiza editais para incubação de startups. “Temos espaço para prototipar, com equipamentos que podem ser operados pelos próprios empreendedores”, complementa Pâmela.
Empreendedora do ramo da gastronomia e cultura, Manoelly Vera Cruz, diz ter ficado feliz por conhecer o Armazém da Criatividade. “Eu não tenho estúdio de gravação de áudio e perdi a oportunidade de me inscrever em um edital de podcast na área de cultura porque não tive como gravar um piloto. Agora, eu sei que posso contar com o Armazém”, comemora.