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Vitória do Pife: transformando tradição em sucesso no São João

A artista comemora a melhor época do ano para divulgar o seu trabalho e vender os instrumentos que produz
Por Pedro Romero
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O período junino é uma oportunidade a mais para conhecer talentos como a jovem caruaruense Vitória do Pife, 24 anos, que está dando novos ritmos ao pífano, um dos mais tradicionais instrumentos musicais da cultura nordestina. É nessa época que empreendedores como ela, que vivem da música e da arte, conseguem impulsionar os negócios e apresentar os seus produtos para novos públicos. Vitória é integrante de uma banda de pífanos tradicional e possui uma banda alternativa, além de produzir e vender pífanos. Microempreendedora Individual (MEI), nesse mês de junho ela contabiliza 12 apresentações e um aumento significativo na renda.

Vitória conta que o gosto pela música veio de dentro de casa, impulsionado pela família.

Meu pai tinha pilhas e pilhas de CDs. Nas horas vagas, quando não estava estudando, passava o meu tempo ouvindo os mais variados tipos de música, como: Roberto Carlos, clássicas, trilhas de cinema, Banda Eva, Reginaldo Rossi, Paralamas do Sucesso e por aí vai. Então eu sempre tive o gosto pela música.

Vitória do Pife, microempreendedora e artista

Ainda segundo a artista, essa diversidade musical se reflete também no seu trabalho. Atualmente, além de integrar uma banda de pífanos tradicional, a Caruaru Camaleão, ela se apresenta com a sua própria banda, que leva seu nome e que inclui instrumentos como violão, bateria e percussão, com o pífano se sobressaindo.

Além de tocar o instrumento de sopro, Vitória também o fabrica e bate recorde de vendas durante o São João da Capital do Forró. O ofício ela aprendeu com um dos Mestres de Caruaru, João do Pife. “Meu pai me levou até a oficina do Mestre João, que me recebeu muito bem, tão bem que eu me senti à vontade para explorar o instrumento e voltar lá sempre que quisesse. Assim, fui aprendendo sobre a cultura popular na mesma medida que avançava dentro dela”, detalha Vitória.

Vendo o interesse da garota, João do Pife foi ensinando o processo de fabricação do pífano, que incluía forno a lenha para furar os bambus com ferro quente. “Providenciei o ferro, ele fez um forno manual para mim e assim eu comecei a trabalhar em casa. Com o passar dos anos, descobri outra ferramenta que agiliza e me deixa fazer pífanos em qualquer lugar: uma microfuradeira. Assim pude trabalhar, dar aulas e cursos, posteriormente, com mais facilidade”, destaca a artista.

A venda de pífanos começou no boca a boca e depois chegou à internet, onde Vitória conseguiu alcançar um grande público. “Consigo alcançar pessoas de todo o Brasil, então eu posso dizer hoje que minha maior renda com venda de pífanos é on-line”.

Como moradora de Caruaru, ela afirma que é no São João que se sente verdadeiramente valorizada. “É quando tenho a oportunidade de pisar nos palcos e apresentar minha obra: a música. A quantidade de shows se multiplica e sempre há mais procura pela compra do instrumento que fabrico, o pífano”, comemora Vitória do Pife.

A jovem artista tem planos para o futuro. “Pretendo melhorar o meu negócio em relação à estrutura da minha oficina para conseguir trabalhar de forma mais contínua e alcançar mais pessoas durante o ano todo. Bem como alavancar minha carreira musical, gravar um disco e rodar o mundo fazendo shows”, conclui.