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Sebrae e Prefeitura de Araripina realizam seminário para turbinar cadeia produtiva da mandioca  

Evento gratuito reúne especialistas em mandiocultura para apresentar soluções em melhoramento do solo, controle de pragas e seleção de sementes 
Por Adriana Amâncio
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mandiocultura possui 17 mil hectares de área cultivada em Araripina, o que a torna a atividade agrícola de maior extensão do município. Ainda segundo a entidade, em 2022, a produção do município foi de 137 mil toneladas, uma média de 8 mil quilos por hectare. Apesar de significativos, esses números estão abaixo do potencial da região. De olho nessa margem de crescimento, o Sebrae/PE em parceria com a Prefeitura de Araripina realiza, de 28 a 30 de agosto, na Autarquia Educacional do Araripe (Aeda), o 2º Seminário Municipal de Mandiocultura em Araripina (Semmear). O evento reúne especialistas para tratar sobre a melhoria do manejo para ampliar a produção.

O Semmear tem como propósito levar mais conhecimentos para os produtores sobre temas como seleção de sementes, controle de pragas e doenças e melhoramento do solo. De acordo com a especialista em mandiocultura Ledígina Brito, que realiza consultorias junto ao Sebrae/PE, esse tripé é essencial para que a região consiga elevar o seu potencial produtivo. “Para se ter uma ideia, um município do Ceará conseguiu ampliar a sua produção de mandioca em 13 toneladas apenas com o melhoramento do solo. Se o Araripe fizer uma boa seleção de sementes, aprender a controlar pragas e aperfeiçoar o solo também pode ampliar o cultivo”, explica a especialista.

Para garantir esse conhecimento ao produtor, a programação conta com palestras sobre controle integrado de pragas, políticas de inovação tecnológica, financiamento sustentável e manipueira na alimentação animal. O analista da unidade Regional do  Sebrae em Araripina, Kerlison Pereira, explica que a programação terá ainda atividades externas e apresentação de soluções práticas.

Teremos visitas às unidades modelo de banco de maniva, que trabalha com melhoramento genético, e com produção de farinha. Também vamos abordar as soluções oferecidas pelo Sebrae para essa cadeia, tais como consultoria em manejo adequado.

Kerlison Pereira, analista do Sebrae/PE

RAINHAS DA MANDIOCA

A força da mandiocultura na Chapada do Araripe não pode ser medida apenas pelos números de produção. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) revelam que essa região possui entre 400 e 500 casas de farinha, mantidas por pequenas famílias de agricultores, assim como também por produtores de pequeno porte industrial.

Dessas unidades de produção saem, mensalmente, até mil sacas de farinha de 50 kg. Toda essa farinha é escoada para os estados da Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão, no Nordeste, e Acre e Pará, no Norte do Brasil. Atualmente, a Chapada do Araripe possui uma fecularia em funcionamento, e outras três em fase de construção. As fecularias servem para obter a fécula, mais conhecida como goma, a partir do beneficiamento da mandioca.

Esse aumento da produção também interessa a diversas mulheres moradoras da periferia de Araripina, que mantêm panificadoras comunitárias. Elas formam as Rainhas da Mandioca, um projeto realizado pelo Sebrae/PE em parceria com a Prefeitura de Araripina. Essa iniciativa mantém panificadoras comunitárias, que produzem bolos, biscoitos e pães à base de mandioca. Por enquanto, a ação vem sendo estruturada nos bairros Serra do Massapê e Serra do Jardim, ambos localizados na periferia de Araripina.

A empreendedora Vânia Luz, da Serra do Massapê, em Araripina, é uma das Rainhas da Mandioca. Ao lado de outras duas mulheres do mesmo bairro, em 2021, ela iniciou a produção de sequilhos, pão de ló e biscoitos de aveia e de frutas cristalizadas em uma panificadora comunitária que funcionava na cozinha da sua casa. Os produtos, segundo Vânia, eram vendidos nas padarias locais, em feiras estaduais e em eventos institucionais. Com isso, o grupo obtinha uma renda de R$ 1,2 mil mensal, valor que era dividido entre as integrantes.

Vânia conta que o projeto teve um impacto bastante positivo na sua vida e na sua renda. “Mudou demais! Eu ganhei mais conhecimento, aprendi a fazer propaganda na área digital, a realizar entregas aos fornecedores, além do ganho financeiro. É muito bom”, celebra a produtora.

SERVIÇO

O quê: II Semmear – Seminário Municipal de Mandiocultura em Araripina (Semear)
Quando: 28 a 30 de agosto, das 8h às 17h
Onde: Av. Antonio de Hermógenes, 80 – Araripina, PE