Agência Sebrae de Notícias

“Eu sou uma empresária”. A frase dita com um sorriso no rosto, repetida diversas vezes pela empreendedora Alexandra Souza, conhecida como Sandra, revela o orgulho de, hoje, ser dona do seu próprio negócio. Encher de cores as refeições de comerciantes e consumidores que transitam pelo movimentado centro do distrito de Nossa Senhora do Ó, no município de Ipojuca, foi a forma que ela encontrou para conquistar uma rede fiel de clientes. Ao dar uma nova cara à massa da mandioca, Sandra faz uma releitura da tapioca, prato tradicional da culinária nordestina. Além de inusitada, a iguaria é inovadora, saborosa e nutritiva, pois é feita com ingredientes naturais, como beterraba, cenoura e couve. 

Se, atualmente, a empreendedora não consegue conceder entrevista sem precisar parar para atender algum cliente, parece que sempre foi assim, mas houve um tempo diferente. Quando Sandra olha para o seu ponto de comércio físico, que conseguiu alugar com muito sacrifício em uma via movimentada da região, percebe que, mesmo em momentos difíceis, valeu a pena não desistir.

Eu comecei vendendo tapioca colorida em uma caixa de isopor, bem aqui perto da minha lanchonete. Depois comprei uma carroça e com o lucro dei um passo maior, alugando um espaço para vender tapiocas e outros lanches.

Sandra, proprietária da Comedoria da Sandra

A ideia de apostar nas tapiocas coloridas surgiu durante capacitações na Sala do Empreendedor de Ipojuca. Desempregada, Sandra, que trabalhou durante boa parte da vida como auxiliar de serviços gerais, tinha o desejo de empreender, mas não sabia como nem por onde começar. “Uma amiga minha me incentivou. Estávamos em uma dinâmica de grupo em que todos deveriam apresentar algo diferente. Eu confesso que estava um pouco perdida, sem saber o que produzir para vender, mas então ela me deu essa sugestão. Pesquisei, vi que era possível, arrisquei e deu certo. Está dando certo”, revela com orgulho a dona da Comedoria da Sandra (@comedoriadasandra).

O processo para deixar a massa de mandioca colorida e no ponto para fazer a tapioca sem quebrar não é segredo. “É um pouco mais trabalhoso, mas no final dá certo. No caso da beterraba, eu faço um suco que, depois de batido, é misturado à massa. Em seguida, essa preparação é peneirada e fica descansando até secar. O mesmo acontece com a cenoura e a folha da couve. No final, a tapioca fica com um gostinho diferenciado e mais saudável”, explica Sandra.

É da lanchonete que sai o sustento da família. Além do marido e do filho, a empreendedora conta com o auxílio da irmã, que ajuda nas tarefas diárias e também sonha um dia ter um espaço próprio para vender seus sucos e lanches rápidos. “Trabalhar em família é bom, mas é preciso separar as coisas. Aqui na comedoria somos colegas de trabalho. Meu marido fica no caixa, meu filho é responsável pelas entregas e eu e minha irmã damos conta dos pedidos”, revela.

As tapiocas coloridas não fazem sucesso apenas em Nossa Senhora do Ó. Além de vender na loja, Sandra também é chamada para eventos privados em condomínios e hotéis da região, onde está localizado o badalado balneário de Porto de Galinhas.

Mesmo com as dificuldades do começo da caminhada, Sandra espera um futuro cheio de sabor e sucesso. Os planos incluem alugar um ponto maior para dar mais conforto aos clientes, e se capacitar ainda mais para conseguir expandir o negócio. Realizada no que faz e sempre com sorriso no rosto, de uma coisa ela tem certeza: “Eu não quero deixar de ser uma empreendedora. Já estou testando a tapioca de cor laranja, feita com a própria fruta, para recheios doces. Aguardem”, conclui.