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Agreste desponta como novo polo de enoturismo em Pernambuco

Além do potencial para a produção de vinhos, as áreas ocupadas pelas vinícolas também despertaram para os atrativos turísticos como incremento dos negócios, com apoio do Sebrae 
Por Pedro Romero
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Pesquisas da Embrapa Semiárido confirmam o potencial das cidades de clima tropical e subtropical de altitude, no Agreste pernambucano, com condições climáticas favoráveis para o cultivo de uvas voltadas para a produção de vinhos. O município mais conhecido nesse cenário é Garanhuns, com duas vinícolas que, além da produção de vinhos, também já se voltam para o enoturismo. Além desta, cidades como Gravatá, Camocim de São Félix e Bonito também contam com projetos para a implantação de vinhedos com rotas turísticas. O Sebrae está atuando como parceiro e incentivador deste novo nicho de mercado na região, desenvolvendo cursos e consultorias em áreas como atendimento e desenvolvimento de rotas turísticas.

Uma das empresas que investe na produção de vinhos em Garanhuns é a Mello Vinícola, fundada em 2021, e que já atua também no enoturismo desde agosto deste ano. O lugar oferece diversos roteiros de visitas, com opções que vão desde o passeio grátis, no qual os visitantes pagam apenas o que consomem, a roteiros pagos e guiados, durante os quais é possível conhecer os parreirais e fazer degustação. Esta vinícola é uma das que conta com o apoio do Sebrae para a implementação do novo negócio.

A analista Kedma Azevedo conta que a Mello Vinícola já é parceira da entidade há algum tempo, tendo participado do espaço Queijos e Vinhos, organizado pela instituição durante o Festival de Inverno de Garanhuns. “Em seguida, fizemos uma consultoria para trabalhar toda a parte de qualidade no atendimento aos turistas, levantamento técnico do equipamento, mapeamento dos potenciais do espaço rural e sua viabilidade para recepção, e trajeto da experiência dos visitantes”.

Outra referência na produção de vinhos e no turismo em Pernambuco é a Vinícola Vale das Colinas, também em Garanhuns, que também já recebeu apoio do Sebrae/PE. “Eles participaram de consultorias através dos Agentes Locais de Inovação (ALI) e, recentemente, também estiveram presentes no espaço Queijos e Vinhos, no Festival de Inverno de Garanhuns”, detalha a analista.

Gravatá também já possui projetos de implantação para o enoturismo. “Já fizemos a análise de solo, definimos o tipo de uva que será plantada, e iniciamos o preparo da terra. Em novembro, vamos começar a plantar as mudas e a primeira colheita deve vir em dois anos e meio”, diz Albérico Correia, da Vinícola do Agreste, que também contará com hotel, trilhas e loja.

Empreendedores que precisarem de mais informações sobre as ações e consultorias prestadas pelo Sebrae/PE na área de desenvolvimento de rotas turísticas devem procurar a sede regional da entidade, localizada na Avenida Rui Barbosa, 671, no Bairro Heliópolis, em Garanhuns, ou entrar em contato pelo telefone (87) 3221-3306 (WhatsApp).

PESQUISA EMBRAPA SEMIÁRIDO

O objetivo do estudo desenvolvido pela Embrapa Semiárido foi compreender o comportamento agronômico, a adaptação das variedades, a qualidade das uvas, o potencial enológico e a viabilidade do processamento de vinhos em regiões não tradicionais. Seis variedades de uvas foram recomendadas especificamente para região, com dados que comprovam a viabilidade da produção local e análises que atestam a qualidade dos vinhos produzidos.

Para a produção de vinhos brancos, as cultivares recomendadas foram Sauvignon Blanc, Muscat Blanc à Petits Grains (conhecido como Moscato Branco) e Viognier. Para os vinhos tintos, as variedades mais indicadas foram Syrah, Cabernet Sauvignon e Malbec.

A pesquisa da Embrapa Semiárido foi realizada em parceria com a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).