Diminuir o desperdício de alimentos ainda é um desafio para a sociedade. No campo, pequenos produtores enfrentam dificuldades para reduzir perdas e garantir que os alimentos cheguem mais frescos e com qualidade ao consumidor final. Esses e outros obstáculos do setor foram debatidos no painel “Da Horta à Mesa” durante o REC’n’Play 2024, promovido pelo Sebrae Pernambuco. Na última quinta-feira (07), durante mais de uma hora, especialistas discutiram e trocaram ideias com o público sobre práticas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à eficiência logística.
Vitor Bernardino, CEO da Arado, plataforma que conecta pequenos agricultores de Minas Gerais a grandes restaurantes via B2B, destacou a importância da tecnologia para otimizar processos. “Com a tecnologia, conseguimos controlar todo o estoque, separando corretamente para atender a real necessidade do cliente. Movimentamos cerca de 500 toneladas de mercadoria por mês, e não apenas facilitamos as conexões, mas ajudamos a mensurar perdas que antes passavam despercebidas”, afirmou.
A cadeia de hortifrutis exige eficiência para garantir que frutas, verduras e legumes cheguem com qualidade às feiras e redes varejistas. O uso de tecnologias como rastreamento e monitoramento de temperatura ajuda a evitar desperdícios. “A segurança dos alimentos precisa ser rastreável, e hoje a tecnologia permite isso. Com ferramentas adequadas, conseguimos entregar produtos frescos aos grandes restaurantes em menos de 12 horas após a separação no Ceasa”, explicou Luis Villwock, Head do Celeiro Agfoodhub.
A eficiência logística é essencial não só para evitar perdas financeiras aos produtores, mas também para reduzir os impactos sociais do desperdício de alimentos.
Em um país com tantas pessoas passando fome, o descarte de milhões de toneladas de comida é, no mínimo, bem preocupante. Frutas e legumes são produtos vivos, e a falta de controle de temperatura resulta em perdas significativas. Precisamos repensar toda a jornada desses alimentos até a casa das pessoas.
Luiz Haas, CEO da Germinares Consultoria.
Além do controle de temperatura, o painel destacou outras alternativas, como ajustes na frequência de abastecimento para que a demanda seja mais precisa. “Melhor investir 5% a mais em logística do que perder 20% da mercadoria”, ressaltaram os palestrantes, enfatizando a importância de um sistema logístico que priorize qualidade e proximidade entre produtores e varejistas.