Os 13 anos de aniversário do Centro de Artesanato de Pernambuco, no Recife, foram comemorados na última quinta-feira (25) em um evento que reuniu cerca de 120 artesãos e artesãs de várias regiões do estado. Entre os anúncios que marcaram a celebração, se destacam as próximas ações do Pernambuco Artesão – projeto que o Sebrae/PE realiza em parceria com a Agência Estadual de Desenvolvimento Econômico (Adepe) até o fim de 2025.
Nessa etapa, seguindo a proposta de fortalecimento da cadeia produtiva do artesanato no estado, vão ser oferecidas mais 21 oficinas e palestras do Litoral ao Sertão. As capacitações presenciais acontecerão nas cidades de Araripina, Caruaru, Garanhuns, Goiana, Petrolina, Recife e Serra Talhada. Elas abordarão questões estratégicas e fundamentais nos dias de hoje para os profissionais do ofício: gestão financeira, marketing digital e acesso a crédito, em que os interessados também aprenderão a usar a plataforma de pagamentos online Mercado Pago.

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Cada oficina e palestra contará com 40 vagas, devendo beneficiar, diretamente, a mais de 800 pessoas. A participação é gratuita e exclusiva para quem tem Carteira Nacional do Artesão. As datas e links das inscrições deverão estar disponíveis a partir da próxima semana no site pe.loja.sebrae.com.br
Verônica Ribeiro, gestora estadual do Turismo e Economia Criativa no Sebrae/PE, destacou o sucesso do Pernambuco Artesão. Ela falou que uma nova edição para o biênio 2026/27 já está em negociação e comentou o resultado do Estudo da Cadeia Produtiva do Artesanato de Pernambuco, outra grande ação do programa.
A pesquisa nos deu respaldo para termos a resposta do que os artesãos, de fato, precisam. É uma honra poder contribuir com esse setor que é tão forte em Pernambuco e com o qual podemos ir tão longe. Peças de um artesão do Agreste estarão no São Paulo Fashion Week, mas podemos ir, quiçá, para o prêt-à-porter de Paris e para outros lugares em que o céu é o limite quando a gente busca e faz a coisa acontecer.
Verônica Ribeiro, gestora estadual do Turismo e Economia Criativa no Sebrae/PE
A conclusão do estudo foi apresentada pela professora Ana Andrade, coordenadora da ação de campo e do Laboratório O Imaginário, vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que desenvolve e divulga pesquisas em design, tecnologia e cultura. Ela ressaltou que o levantamento conseguiu informações que deverão subsidiar ações estratégicas para o fortalecimento do Pernambuco Artesão, que é norteador de políticas públicas para o setor.
Segundo a especialista, como elaborar essa política pública e conseguir os dados a serem trabalhados formaram o objetivo maior da empreitada. “Não é ver só o artesanato, mas ele através das pessoas. Por isso chamamos associações, artesãos e grupos produtivos. Olhamos também o mercado, os locais, os compradores, os vendedores, o território, a questão da história, das festas. Tudo o que acontece no território pode ter relação com o artesanato, a matéria-prima, as formas de produção… Observamos o artesanato com um olhar largo. Não só o produto em si, que muitas vezes é o que acontece, mas dentro desse contexto todo”, apontou.
Ana Andrade explicou que as equipes percorreram todas as regiões do estado. O processo incluiu desde a elaboração de pesquisas documentais sobre os municípios até a conferência da cadeia produtiva a partir das relações entre os territórios, os artesãos e produtos e as conjunturas de mercado locais.

Cerca de 900 artífices participaram da amostra e, além de passarem por sensibilizações, contribuíram com suas percepções para a identificação dos potenciais, das oportunidades, das fraquezas e dos riscos que envolvem o setor. A análise dos dados permitiu a construção de uma visão panorâmica e do contexto da situação vigente, conteúdos que ajudarão na tomada de decisões de melhor qualidade, com maior embasamento e mais assertividade.
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No evento no Centro de Artesanato de Pernambuco (CAPE), Camila Bandeira, diretora-geral de Economia Criativa da Adepe, anunciou o lançamento de um aplicativo exclusivo para profissionais que comercializam suas peças na unidade e demais lojas da marca. A ferramenta gratuita e de uso intuitivo traz recursos como controle do estoque e de pagamentos em tempo real.
Camila Bandeira adiantou que será feito um redesign no Armazém 11, espaço onde funcionam o CAPE e as lojas de Bebidas e de Moda Autoral (Mape). A reforma vai acontecer em 2026 e deverá trazer melhorias no acesso e na estrutura interna do local e na maneira como o público circula na área interna do espaço. Outras intervenções contemplarão a forma como os produtos serão expostos para venda e a possibilidade de o local receber desfiles, exposições e oficinas, entre outras atividades.
“O Armazém 11 será um hub de economia criativa, onde todas as linguagens serão recebidas e ativadas a partir do artesanato”, disse. Ela comentou que o equipamento funcionará como um ‘museu-loja’. “Faremos um convite a um passeio por Pernambuco, com obras físicas e conteúdo audiovisual, algo muito moderno”, completou a diretora.
