Fale conosco 9 Acessibilidade 0
Logotipo do Sebrae. O nome “Sebrae” em letras maiúsculas de cor azul, acompanhado de duas barras horizontais azul na parte superior e duas na parte inferior. Acesse o Portal Sebrae
Você está na ASN
ASN PE
Compartilhe
ASN PE
Compartilhe

A pecuária leiteira é uma das principais atividades econômicas do Agreste, responsável por gerar emprego, renda e movimentar uma cadeia que vai do curral à mesa. No Agreste Meridional, maior polo produtor de Pernambuco, a atividade impulsiona o desenvolvimento regional e conta com o apoio do Sebrae/PE em todas as etapas da produção e beneficiamento. Hoje, o estado lidera a produção do Nordeste, com cerca de 3,5 milhões de litros de leite por dia.

De acordo com especialistas, entre os fatores relacionados ao crescimento da atividade estão as políticas de isenções fiscais e o aumento da produtividade, que acontece, entre outras coisas, a partir de ações de inovação e tecnologia, como o melhoramento genético do rebanho através da inseminação artificial.

“Participar das capacitações e consultorias oferecidas pelo Sebrae mudou bastante a nossa produção, pois houve uma melhoria na genética dos nossos animais. Eu passei de vacas com produção de 10 a 15 litros por dia para vacas de 30 litros de leite por dia. O resultado foi muito satisfatório”, diz Luis Henrique, empreendedor de Saloá. O produto é vendido para uma grande empresa de beneficiamento que fica no município de Pedra, na mesma região.

“Houve um aumento na produção e nós também melhoramos as raças do rebanho”, resume o pecuarista José Maria Santana Cavalcante, do município de Capoeiras. Parte do leite é vendido para um queijeiro local e a outra parte para outra grande empresa de beneficiamento. O que existe em comum entre esses pecuaristas é a participação no Programa Sebraetec, que além de oferecer assistência especializada, também oferece um subsídio de até 70% do valor do projeto, facilitando o acesso dos produtores às consultorias e às novas tecnologias.

ATENDIMENTO PERSONALIZADO

O Sebraetec é uma consultoria de inovação que oferece atendimento personalizado, especialistas de mercado, tecnologias, e serviços diferenciados. São soluções para ajudar os empreendedores a inovar e realizar melhorias nos seus negócios. Para isso, o programa conta com uma rede de prestadores de serviços de tecnologia que promovem o acesso a soluções inovadoras e acompanham todas as etapas do processo para assegurar os melhores resultados.

“O Sebraetec promove o acesso de produtores à inovação e tecnologia em suas propriedades rurais, melhorando a produtividade do rebanho, o retorno econômico da atividade rural e agregando valor à produção”, explica Lucas Araújo, especialista em agronegócios do Sebrae/PE. No programa, os criadores têm uma gama de opções de consultorias que atingem o tripé da pecuária: sanidade, alimentação e genética. Há também orientações sobre legalização da propriedade rural, com georreferenciamento e licença ambiental.

O impacto dessas assessorias é mensurado através de avaliações periódicas realizadas pelos analistas da entidade. “Podemos exemplificar que o programa de melhoramento genético proporciona ao pecuarista o nascimento de animais de alto nível genético, que chegam a ser duas vezes mais produtivos que os animais comuns dos seus rebanhos. E na consultoria de manejo e sanidade, a diminuição de custos chega a ser de mais de 20% com o manejo adequado e formulação da ração por lotes produtivos”, detalha Lucas Araújo.

Parceria com a Adepe também incentiva a melhoria genética e produtiva

Além de apoiar a pecuária leiteira com os seus programas, o Sebrae/PE atua em parceria com outras instituições como a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). Recentemente, 60 produtores de leite de 16 municípios do Agreste Meridional foram beneficiados com o programa de Melhoria Genética e Produtiva da Cadeia do Leite do Agreste Pernambucano, desenvolvido como parte dessa parceria. O valor total de investimentos no programa foi de cerca de R$ 240 mil. 

“O programa foi realizado através de consultoria tecnológica em Inseminação Artificial (IATF), com a introdução de novas tecnologias produtivas que ajudarão na melhoria genética do rebanho e no aumento da produção de leite”, explica Lucas Araújo. Entre os benefícios do programa também estão o levantamento da situação do rebanho bovino leiteiro; a implantação do calendário sanitário; a seleção de matrizes para inseminação; e a criação de um protocolo hormonal de sincronização e inseminação.

O especialista detalha que o trabalho de inseminação artificial segue um processo que inicia com um protocolo de análise e medicação dos animais,e tem continuidade com a implantação do sêmen e, posteriormente, a verificação da efetividade da inseminação. “São necessários, pelo menos, três meses de acompanhamento para que tudo dê certo. Os bezerros começam a nascer nove meses após a confirmação da prenhez”. 

Os potenciais de produção existentes e o crescente mercado de laticínios são fatores que mostram boas oportunidades de negócios envolvendo a criação de vacas leiteiras. “Fortalecer e consolidar a atividade de produção de leite no Agreste Meridional impactará significativamente no desenvolvimento da região, gerando renda, emprego e melhoria na qualidade de vida”, conclui Lucas Araújo.

ASN Pernambuco - Agência Sebrae de Notícias

Mais produtividade no cultivo do milho para beneficiar a pecuária leiteira 

O Sebrae/PE oferece consultorias para atender às mais diversas necessidades do produtor rural. Na questão da alimentação, um dos destaques é o trabalho que impulsiona a produção de milho para silagem, insumo fundamental para a alimentação dos animais na pecuária, principalmente nas estiagem, época de desafios para os produtores.O milho é uma das mais importantes fontes energéticas para a nutrição do rebanho bovino leiteiro e tem se tornado cada vez mais necessário no Agreste Meridional. Diante deste cenário, o Sebrae/PE já apoiou, só este ano, 37 produtores da região, através de consultorias especializadas do Sebraetec, para tornar o cultivo do milho mais produtivo. 

De acordo com Kedima Azevedo, especialista em agronegócios da entidade, há um crescimento na produção desse insumo localmente. “Essa demanda está diretamente relacionada ao fato de fazermos parte da principal bacia leiteira do estado. O milho é um produto importante porque as despesas com alimentação representam, em média, de 60% a 70% dos custos totais das propriedades rurais”, explica.

Um levantamento sobre o perfil dos produtores de milho que buscam apoio do Sebrae/PE em Garanhuns revelou também que cerca de 81% nunca realizaram uma análise de solo, o que pode comprometer a produtividade e a eficiência no uso de insumos; e que aproximadamente 97% baseiam o plantio na janela de chuvas da região, fator determinante para o sucesso da safra.

“Diante desse cenário, o Sebrae/PE identificou uma oportunidade estratégica para levar inovação e tecnologia ao campo, proporcionando suporte técnico e soluções que otimizem a produção e tornem a atividade mais sustentável e rentável para os produtores da região, através do Sebraetec”, pontua Kedima Azevedo. Cada produtor atendido pode ser orientado para plantar milho em até cinco hectares da propriedade.

Ela explica ainda que o programa atua por meio da ficha técnica de boas práticas agrícolas, com toda orientação, análise de solo, escolha de semente e demais insumos adequados ao modelo de plantio direcionado ao produtor. “O pecuarista que quiser participar dessa ação pode procurar um dos gestores do agronegócio aqui na unidade de Garanhuns ou por meio de nossos contatos. O nosso foco é atuar para um plantio de milho com mais tecnologia e qualidade”, reforça a especialista.

RESULTADOS

Cleber Ferreira, produtor em Águas Belas, é um dos pecuaristas que participaram do Sebraetec. “O apoio no plantio do milho veio suprir uma necessidade que a gente já tinha, pois estamos em uma região de transição entre o Agreste e o Sertão, onde o risco climático é muito alto e a gente sempre fazia um plantio convencional. A parceria com o Sebrae foi fundamental para que a gente pudesse fazer um silo de alta qualidade para fornecer ao gado. Esse desempenho foi alcançado com tecnologias mais avançadas, diferente dos plantios convencionais e isso, para mim, foi um divisor de águas”, destaca. O silo feito com milho é utilizado para alimentar 110 vacas que produzem cerca de 900 litros de leite por dia.

“Tomara que esse projeto continue e que expanda mais porque foi muito bom. A produção de milho realmente aumentou por conta da parte técnica, da ajuda dos técnicos e dos agrônomos. O milho é usado totalmente para alimentar os animais no período seco”, reforça Ronaldo Júnior, criador em Garanhuns.

Produção de queijos também cresce com a pecuária leiteira, e o coalho caminha para conquistar Indicação Geográfica

A grande produção de leite no Agreste Meridional também aquece a produção de queijos artesanais e laticínios na região. O destaque é a produção de queijo coalho, que está em processo para conquistar o registro de Indicação Geográfica (IG), reconhecimento que vai valorizar ainda mais o produto e abrir novos mercados para os empreendedores do setor.Este registro faz parte de um projeto desenvolvido pelo Sebrae/PE e pela Adepe que tem como objetivo ampliar o número de Indicações Geográficas no estado. Para isso, a Associação dos Produtores de Queijo Coalho da Região Agreste de Pernambuco fez uma modificação no seu estatuto e vai atuar como substituto processual para este pedido no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). A expectativa é que o processo seja concluído ainda no próximo ano, beneficiando os produtores locais.

As Indicações Geográficas são certificações concedidas a regiões que se tornaram conhecidas ou apresentam características distintivas ligadas a um produto ou serviço. Elas podem ser classificadas como Indicação de Procedência (IP), quando a região já é reconhecida pela produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de determinado serviço, ou Denominação de Origem (DO), quando há uma ligação entre as características do produto e seu meio geográfico e dos fatores naturais e humanos ali presentes. Atualmente, Pernambuco conta com três IGs registradas: o Porto Digital, no Recife; os Vinhos do Vale do São Francisco e as Uvas e Mangas Vale do Submédio do São Francisco.

FORMALIZAÇÃO

Esse reconhecimento é resultado de um aprimoramento contínuo na produção de queijo, que inclui o melhoramento genético do rebanho e aumento no padrão de higiene. “Um dos focos da nossa atuação é apoiar a legalização dessas queijarias artesanais e laticínios para que os empreendedores possam fortalecer a sua presença no mercado. Também atuamos com consultorias para para desenvolvimento de novos produtos e para a criação das marcas”, diz Kedima Azevedo, especialista em agronegócios do Sebrae/PE.

Ela acrescenta que a entidade também disponibiliza consultorias em análises de produtos e trabalha, a partir da área de políticas públicas, com pautas ligadas a esse segmento, como a desburocratização do setor e o levantamento dos gargalos da cadeia produtiva.

Compartilhe
Ficou com alguma dúvida? Acesse nossos canais de atendimento.
Se você é um profissional da imprensa, entre em contato pelo [email protected]
ou fale com a ASN em cada UF

Notícias relacionadas