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Estudantes pernambucanas estão entre os vencedores da etapa nacional do 3º Desafio Liga Jovem (DLJ), competição de inovação e empreendedorismo do Sebrae que reúne representantes de todo o país. Em Pernambuco, o DLJ alcançou nesta edição 364 instituições de ensino em 121 municípios de todas as regiões do estado. A equipe “Bioplacas de cascas de mariscos: uma alternativa inteligente para comunidades sustentáveis”, formada por alunas do nono ano da Escola Bento de Paiva, em Itapissuma, no Grande Recife, conquistou o primeiro lugar na categoria Ensino Fundamental. O resultado foi divulgado na última terça-feira (2), durante cerimônia realizada no festival LED – Luz na educação, da Rede Globo, em Belém (PA).
O projeto, liderado pela professora Maria Eduarda Santos da Silva e pelas estudantes Giovana Andrade e Maria Eloíza Ferreira, com apoio de outras cinco alunas, desenvolve uma biocerâmica produzida a partir de cascas de ostras. O material é uma alternativa inteligente e sustentável para substituir o gesso na construção civil. A ideia nasceu durante as atividades de um clube de ciências formado exclusivamente por meninas na escola.
Itapissuma é uma cidade pesqueira: mais da metade da população vive dessa atividade, como marisqueiras e pescadores. Percebemos que havia um descarte incorreto desse material na natureza, o que causava prejuízos também à saúde das comunidades, pois as cascas ficavam jogadas no solo, podendo machucar. Então desenvolvemos essa biocerâmica feita com a casca e um aglutinante. Além de solucionar um problema, pode ser mais uma fonte de renda para a população local
Professora Maria Eduarda, que orientou o grupo em todas as etapas
A equipe pernambucana — assim como os primeiros colocados nas demais categorias (Ensino Médio/Técnico e Ensino Superior) — recebeu como prêmio uma viagem internacional de até dez dias para um país que abriga centros tecnológicos de referência.
Braço do Sebrae voltado ao estímulo da educação empreendedora, o DLJ é considerado a maior competição estudantil de empreendedorismo de impacto no Brasil. A iniciativa contempla alunos do 8º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Superior. Durante a disputa, os estudantes são orientados a criar soluções tecnológicas e viáveis para problemas identificados na escola ou na comunidade, sempre com foco no impacto social.
“A participação no desafio foi muito importante por se tratar de um divisor de águas. Nos estimulou a sair da caixa, ao perceber o potencial empreendedor daquela ideia. O DLJ nos fez pensar com o olhar empreendedor, além do científico”, completa Maria Eduarda.
Danilo Lopez, gestor de educação empreendedora do Sebrae/PE, comemorou o resultado: “Conseguimos inscrever 522 equipes validadas e, dessas, 324 tiveram seus projetos encaminhados para concorrer na maratona. Em comparação com o restante do país, ficamos em 5º lugar em número total de inscrições e em 6º no quantitativo de times validados. Isso mostra a motivação desses jovens em fazer a diferença na sua comunidade e no planeta”, destaca Danilo.
