Conhecido por suas riquezas naturais e culturais, o Agreste pernambucano vai ganhar duas rotas turísticas que prometem aquecer a economia do setor e revelar o que a região tem de mais autêntico. De um lado, trilhas, cachoeiras e esportes radicais em meio a paisagens de tirar o fôlego nas cidades de Buíque, Bonito e São Benedito do Sul. Do outro, uma imersão na arte feita à mão, que expressa o talento de artesãos do barro e da madeira dos municípios de Caruaru, Garanhuns e Buíque. A proposta é que as rotas sejam implantadas até 2026, por meio de uma parceria entre o Sebrae/PE e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe).
Os novos roteiros serão estruturados por meio do projeto “Rotas do Agreste – Transformando riquezas em desenvolvimento regional” e receberão investimentos de mais de R$ 260 mil. A expectativa é que a iniciativa beneficie, diretamente, 56 pessoas, entre artesãos e empreendedores do turismo dos cinco destinos envolvidos. A curta distância entre as cidades permitirá que o visitante percorra diferentes destinos em um mesmo trajeto, explorando desde as belezas naturais até as expressões artísticas e culturais.
As novas opções de passeios, com foco em turismo sustentável, serão lançadas até junho de 2026 e já têm nomes definidos. Os trajetos com atividades ecológicas e experiências de aventura formarão a “Rota Aventuras e Natureza do Agreste”, enquanto o percurso dedicado ao artesanato dará origem à “Rota Mãos do Agreste: do barro à madeira”.
Além de formatar estas rotas turísticas, envolvendo três municípios com potencialidades similares em cada uma delas, vamos capacitar as pessoas, integrando e qualificando atores para potencializar o turismo na região.
Laudemiro Júnior, analista do Sebrae/PE.
Laudemiro detalha que, entre as metas da iniciativa, estão o aumento de até 5% no fluxo de visitantes na região; a qualificação de 15 empreendimentos para práticas sustentáveis; o acesso de até 21 artesãos de Caruaru, Garanhuns e Buíque a novos mercados; e a qualificação de até 35 empreendedores turísticos de Buíque, Bonito e São Benedito do Sul que serão integrados às rotas.
Responsável pelo projeto no Agreste Meridional, Gerlane Melo, analista do Sebrae/PE, diz que, para atingir essas metas, serão realizadas diversas ações, como capacitação de guias e instrutores de rapel; consultorias de segurança para ISO e turismo de aventura; atendimento e marketing digital, além de visitas a locais que são referência nesse tipo de turismo. “Na primeira viagem que realizamos em maio, artesãos de Caruaru, Garanhuns e Buíque conheceram a Ilha do Ferro, em Alagoas, referência no turismo ligado ao artesanato. Os guias e profissionais integrantes da rota do turismo de aventura também se conhecem e visitam os atrativos de cada um dos destinos para que possam entender o que é a rota”, explica a analista.
CRESCIMENTO
A integração das rotas de ecoturismo e artesanato deverá criar uma rede de cooperação entre os cinco municípios, favorecendo parcerias comerciais e o fortalecimento da economia local. Essa conexão entre as cidades também contribuirá para a preservação ambiental das áreas exploradas, uma vez que o ecoturismo sustentável é um dos pilares da iniciativa.
OTIMISMO
Neta do Mestre Vitalino, a artesã Kátia Rosana Rodrigues, conhecida como Kátia Vitalino, trabalha com arte figurativa de barro no Alto do Moura, em Caruaru, e acredita que o projeto do Sebrae pode melhorar muito o seu negócio. “Com a revitalização do turismo e o aumento da visibilidade que a Rota do Artesanato trará, espero que o fluxo de visitantes no Alto do Moura aumente consideravelmente. Isso deve resultar em maior volume de vendas e reconhecimento para o meu trabalho e para a arte em barro da nossa região. É uma iniciativa que tem um potencial imenso para trazer muitas oportunidades e que, sem dúvida, vai revitalizar o turismo no Alto do Moura”.
Atuando como guia turística em Bonito há 15 anos, Geruseli Severina dos Santos também está empolgada com a iniciativa. “Vai divulgar mais o turismo de aventura ao agregar três cidades, uma interligada à outra. Isso vai fazer com que as pessoas conheçam mais Pernambuco com esse tipo de turismo. Esse projeto também vai permitir que o nosso negócio tenha mais visibilidade e ainda ajuda a preservar o meio ambiente onde a gente trabalha, com práticas sustentáveis”, vibra a guia.
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