Há dois anos, o Engenho Conceição, que fica em Escada, na Zona da Mata Sul do estado, tem sido protagonista na produção do Alteva, primeiro chocolate pernambucano da tendência Tree to Bar (da árvore à barra). O produto 100% artesanal e familiar ganhou destaque pelo seu sabor, variedade e qualidade. Além disso, a estrutura do engenho é utilizada para incentivar o turismo rural no município.
Durante a pandemia, Alfredo Correia, idealizador da marca Alteva, conta que sua família vivia toda no Recife, mas teve que parar seus trabalhos por conta do lockdown. “Resolvi ir para a fazenda e lá eu vi o cacau que já tinha sido plantado pelo meu avô como oportunidade de fonte de renda, de um novo negócio”, contou. Ele iniciou a colheita do cacau e realizou todo o processo até chegar na amêndoa do cacau, matéria-prima para o chocolate, mas percebeu que não era financeiramente viável vendê-la.
A partir disso, tomei a decisão de iniciar com o chocolate, comecei fazendo de maneira bastante artesanal, sem receita, sem nenhum conhecimento, só fazendo teste.
Alfredo Correia, sócio proprietário do Alteva
Ao chegar no produto final, ele começou a dar os chocolates para seus amigos, primos e irmãs degustarem, o que resultou no interesse de suas irmãs pela produção. A partir disso, os três se juntaram para criar o primeiro chocolate totalmente produzido em Pernambuco. “O nome Alteva, que surgiu dessa nossa parceria, é composto pelas iniciais da gente, Alfredo, Teresa e Valéria”, completa o empresário.
Além dos produtos derivados do cacau, eles notaram um potencial na estrutura do engenho para incentivar o turismo rural na cidade de Escada. Os passeios iniciaram na pandemia, de forma caseira, reduzida e com uso de máscara, mas com o passar do tempo, a procura aumentou e eles fizeram melhorias no local para receber as pessoas. Atualmente, ofertam a rota do cacau, que conta com café da manhã, almoço, visita às estruturas do engenho, acompanhamento das etapas de produção do chocolate, degustação, contato com a natureza, trilha, banho de bica, fazendinha e parque para as crianças, além da parceria com uma casa de farinha que fica nas proximidades, onde as pessoas podem visitar e conhecer todo o processo de fabricação.
“É um meio rural que é um passeio bem diferente realmente para ser feito em família e serve para todas as idades. Recebemos tanto grupos escolares quanto grupos de idosos. Infelizmente, ainda não temos um local para hospedar as pessoas para dormir, mas pretendemos expandir”, afirma Valéria Correia, sócia do Alteva. Com o desenvolvimento da marca, eles passaram a empregar mais pessoas na fazenda, tanto para a produção do chocolate, quanto para o turismo rural.
-
Os proprietários do Alteva procuraram o Sebrae para utilizar o programa SebraeTec, por meio do qual tiveram acesso a consultorias para refazer a identidade visual da marca, com principal foco nas embalagens e tabelas nutricionais dos produtos.
Temos um excelente produto, mas não tínhamos uma identidade visual atrativa, não tínhamos uma embalagem que poderia concorrer numa prateleira de uma loja com outros chocolates. Com essa nova embalagem, a gente tem a possibilidade de crescimento muito maior.
Valéria Correia, sócia proprietária do Alteva
Hoje a empresa funciona com entrega por meio de delivery, pois ainda não tem ponto físico – somente uma lojinha no Engenho Conceição para as pessoas que fazem a rota do cacau. Os planos futuros do empreendimento envolvem aumentar o mercado de seus produtos, criar a loja física, ampliar a produção, gerar empregos e desenvolver o turismo rural na Zona da Mata Sul do estado. “A rota do cacau é importante, pois todo mundo daquela redondeza está se beneficiando, e isso é de grande valor”, destaca a empreendedora. Para contribuir com a realização dessas metas, eles também estão participando do Programa LIDER, que tem como objetivo capacitar lideranças para auxiliar no desenvolvimento territorial.
CONTATO
Instagram: @chocolatealteva e @engenhoconceicao
Telefone: (81) 9 9974-5958