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Empreendedores do setor alimentício revelam os ingredientes para a receita de sucesso nos negócios

Com mediação da jornalista Bianka Carvalho, a Feira do Empreendedor reuniu profissionais da gastronomia pernambucana para falarem sobre suas trajetórias
Por Isabel Ribeiro
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Muito além de especiarias, produtos diferenciados e sabores atraentes, a harmonização perfeita na cozinha dos empreendedores pernambucanos tem, principalmente, ingredientes como persistência, criatividade, conhecimento e inovação. Durante o painel “A Prática na Área de Alimentos e Bebidas”, realizado no sábado (25), última noite de programação da Feira do Empreendedor, chefs e empresários da área alimentícia apresentaram seus cases. Além da mediação da jornalista Bianka Carvalho, o painel contou ainda com as presenças de Katherine Linik, da Dogueria 1111; Angélica Nobre, do Angú das Artes; e Biba Fernandes, do restaurante Chiwake.

A partir do convite da mediadora a apresentarem uma análise sobre quais os motivos, escolhas e inspirações pelos quais resolveram empreender, as histórias de cada um dos convidados revelaram pontos cruciais como criatividade, propósito, foco e superação. Como contou Katherine Linik, à frente da Dogueria 1111, uma casa especializada em hot dogs preparados com combinações inusitadas e inovadoras, como o Hamburdog, um smash de carne bovina em formato de salsicha, que faz sucesso entre os clientes.

O motivo para abrir a dogueria surgiu a partir dos elogios e pedidos dos familiares da empreendedora, quando ela fez uma festa temática de cachorros quentes para o marido, já que esta é uma das comidas favoritas dele. O negócio se tornou realidade em 2020, em plena pandemia, na cozinha da residência de número 1111. “Eu via muita loja assim como pizzaria, burgueria, doceria. Então resolvi criar um nome específico e que reforçasse o foco no meu principal produto que é o hot dog”, explica Katherine que, atualmente, tem a sua dogueria instalada em um espaço com mais conforto e estrutura no bairro do Janga.

Já Angélica Nobre, do Angu das Artes, olhou para a sustentabilidade, em 2018, e decidiu montar seu negócio dedicado à gastronomia social. “Nós desmistificamos o que é sobra e o que é resto, trazendo uma proposta de cozinhar aproveitando totalmente, ou quase, o alimento”, revela a empreendedora. Além da culinária, a empresa também atua no lado ambiental e social, fazendo a diferença na vida de muitas pessoas.

Além de trabalhar com coffee break sustentável para diversas empresas de Pernambuco, Angélica também compartilha seus conhecimentos através de palestras sobre como empreender na área da gastronomia sustentável e sobre as melhores práticas para melhor aproveitamento dos alimentos. Estas apresentações, na maioria das vezes, voltadas para públicos de comunidades carentes. Para profissionalizar mais o seu negócio, ela afirma que o apoio do Sebrae foi muito importante. “O Sebrae ajuda muito a gente no desenvolvimento da precificação. É fundamental ter o conhecimento agregado ao seu negócio”, conclui.

Em uma viagem a Maceió (AL), Biba Fernandes percebeu que muitos dos seus conterrâneos do Recife estavam na capital alagoana em busca de um restaurante local de comida peruana, uma culinária que ainda não havia sido explorada em Pernambuco. O chef, que já possuía um restaurante de comida japonesa em Porto de Galinhas, despertou para a possibilidade de um novo negócio na área que, possivelmente, teria um público cativo já que as pessoas se deslocavam tantos quilômetros em busca dos sabores diferenciados do Peru.

Dessa forma, há 17 anos, Biba criou o Chiwake e mantém seu negócio com a mesma gestão visionária, sempre acreditando no seu potencial e na capacidade de superar as diversas dificuldades que já enfrentou. Mesmo diante das adversidades, o restaurante deu certo e em 2014, ganhou uma versão praieira com o Chicama, localizado no Cabanga Iate Clube. De acordo com o empresário, mesmo com quase duas décadas de atuação na área gastronômica, as coisas ainda não são fáceis na gestão dos restaurantes. “Mas é importante acreditar e se dedicar ao negócio que dá certo”, afirma o chef.

A confiança, o combate à desistência e a dedicação total ao negócio como ferramentas para seguirem adiante estão nos depoimentos de todos estes empreendedores e até da mediadora do painel, Bianka Carvalho, que declarou no fechamento de sua mediação: “eu não tenho um negócio, mas eu vendo todo dia. As pessoas têm que acreditar no que eu falo, no que eu mostro. Então eu tenho que passar credibilidade e conhecimento para ‘comprarem’ a minha informação. Então, eu também empreendo”, conclui a jornalista.