São inúmeros os motivos que levam alguém a realizar o sonho de empreender. Grande parte das pessoas entram nesse caminho por necessidade ou mesmo pela vontade de ser “o seu próprio patrão”. Mas, com as empresárias Luciana Glasner e Mariella Machado Regueira, a veia empreendedora surgiu por um motivo diferente e nobre: a maternidade. A partir das dores de duas mães atípicas nasceu a Cafetto (@ca.fetto), doceria e padaria pernambucana especializada na produção de massas, bolos e sobremesas sem glúten, sem lactose e livre de conservantes.
Meu filho nasceu com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e o da Mariella, com TDH. Não é aconselhado que pessoas nessas condições consumam alimentos com glúten e leite, por serem inflamatórios. Como era difícil encontrar sobremesas para eles, fazíamos na nossa própria cozinha. Foi aí que tivemos a ideia de criar algo para ajudar outras mães com a mesma dificuldade de encontrar esses pratos no mercado e em festinhas de aniversário, para que seus filhos não se sintam excluídos.
Luciana Glasner, sócia proprietária da Cafetto
Com dois anos no mercado, o negócio das mães e empreendedoras só tem crescido, acumulando bons resultados. Atualmente, os pedidos são feitos sob encomenda, por meio do Whatsapp (81 99494-9750). O carro-chefe da Cafetto são os deliciosos brownies, que caíram no gosto de crianças e adultos. “ O nome Cafetto não é por acaso. A gente preza muito pelo amor e o afeto, que são sentimentos que temos pelos nossos filhos e compartilhamos com os nossos clientes. Todo o afeto que colocávamos na hora de preparar a comida dos nossos filhos, aplicamos nos nossos produtos. É um cuidado de mãe mesmo”, explica.
Conciliar empreendedorismo com a maternidade ainda é um desafio para muitas mulheres. A jornada dupla requer ingredientes como disciplina, foco e perseverança, já que os obstáculos são diários. “Somos duas mães atípicas, mulheres, empreendedoras, com mais de 45 anos de idade focadas em um negócio que tem propósito. É um desafio cotidiano, precisamos estar ausentes às vezes, mas nossos filhos entendem que é por eles que trabalhamos e por isso vibram conosco, com as nossas conquistas. Estamos impactando vidas e eles sabem disso. O caminho é longo, árduo, mas prazeroso, e desistir não é uma opção, até porque a vibração deles é o nosso combustível”, desabafa Luciana.
Proporcionar inclusão alimentar para pessoas com algum tipo de intolerância é a grande missão do negócio. “ Temos crianças com alergia a ovo, a proteína do leite e diabéticas. Fizemos cursos reconhecidos internacionalmente para chegar a receitas saudáveis, mas que cheguem perto do sabor e textura originais. Quando vemos outras mães felizes, junto com seus filhos, por estarem comendo algo gostoso e saudável, preparado com cuidado, é gratificante”, completa.
No radar das empresárias está a abertura de uma padaria glúten free, em um ponto físico. O negócio deve seguir o modelo pay and take (pague e leve) e com a cozinha aberta, para que os clientes visualizem a produção, prezando pela transparência. O projeto ainda não tem data para sair do papel, pois necessita de financiamento. A ideia das mães é intensificar a presença em feiras e na divulgação dos produtos para angariar fundos.