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Reutilizar é segredo para sucesso da Refazenda 

Há mais de 30 anos no mercado, a empresa funciona fazendo moda sustentável e dando exemplo de boas práticas
Por Paula Roberta
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A empreendedora Magna Coeli cresceu num ateliê de costura, em meio a tecidos, máquinas e muita criatividade. O interesse pelas questões ambientais sempre fez parte da vida dela, que sempre se engajou em projetos relacionados à causa e se aprofundou em leituras sobre impacto ambiental e economia ecológica. Em 1990, com a motivação de “mudar o mundo mudando a moda”, ela fundou a Refazenda. A empresa pernambucana produz moda sustentável por meio de confecção própria e diversas práticas que contribuem para a sociedade e para o meio ambiente.

A moda é a expressão de uma cultura, de um povo e dos valores e, no ponto de vista da industrialização, o segmento se tornou um dos maiores vilões para o planeta. Corrigir essa distorção é um desafio a mais na empreitada.

Magna Coeli, fundadora da Refazenda

Como forma de auxiliar na preservação ambiental e firmar seu papel com a sociedade, a marca segue três principais pilares que geram impacto positivo, sendo dois deles focados no impacto ambiental, e um no social. O primeiro pilar é o “lixo zero”, por meio do qual 100% do tecido que entra na confecção é utilizado para a produção de peças, sem deixar resíduos. O segundo é a geração de emprego e renda, dando preferência à contratação de mulheres, principalmente negras e periféricas, gerando inclusão social. O terceiro impacto é criar peças de qualidade que permitem prolongar o tempo de uso desses produtos, fazendo com que eles durem mais tempo do que a média do mundo da moda rápida (fast fashion).

Para isso, uma das práticas adotadas pela Refazenda é o método upcycling, que visa transformar resíduos gerados em novos materiais, com o objetivo de reduzir o desperdício e a produção de lixo. No caso da marca, esse método é adotado em todo o seu processo de confecção, direcionado para roupas adultas, infantis e acessórios. Assim, na produção das peças adultas, por exemplo, as sobras de tecido são reutilizadas na fabricação de itens infantis ou acessórios, como chapéus, colares, brincos e pulseiras.
RECONHECIMENTO 

Em 34 anos de existência, a Refazenda já alcançou diversos marcos como uma marca comprometida com a sustentabilidade e sociedade. Prova disso é que a empresa é uma das signatárias do Pacto Global da ONU, iniciativa que visa incentivar os negócios a implementar práticas universais de sustentabilidade e realizar ações que ajudem a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Além disso, o negócio é parceiro do Capitalismo Consciente Brasil – instituição que tem seu papel na área da educação corporativa e capacita lideranças de iniciativas privadas para gerar impacto positivo na sociedade – há quase 10 anos, buscando sempre inovação e conscientização. Também conta com o selo “Empresa B”, concedido para empreendimentos que geram impacto positivo no planeta.

“Nós somos uma confecção, uma fábrica, geramos emprego e renda. Tiramos um sonho do papel e transformamos em realidade. Acreditamos que é possível fazer isso não só na confecção, mas em outros setores. Basta que os empreendedores queiram transformar a maneira de ser dos seus negócios, de modo a causar impacto social e ambiental de forma positiva”, ressaltou Marcos Queiroz, diretor de Soluções da Refazenda.