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Governança é tema central no segundo dia do ELI Summit

Tema foi discutido nas palestras, oficinas e painéis. Programação também incluiu lançamento de livro e resultado da batalha de pitches
Por Amanda Claudino
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O segundo dia de programação do ELI Summit 2024, realizado em Petrolina, foi marcado pelo tema governança. Abrindo as discussões relacionadas à temática, a pesquisadora polonesa Marina Ranga, que ministrou a primeira palestra do dia com foco em estratégias de P&D para especialização inteligente, explicou sobre a importância de identificar as especificidades regionais para o desenvolvimento das vantagens competitivas. O assunto voltou a ser discutido no painel “Especialização setorial”, que também contou com a presença de Lara Secchi Coelho, diretora executiva da Grandvalle; e João Claudio Santilli, membro do Conselho Consultivo do Instituto Estação 43. A mediação foi feita por Evelyne Labanca, gerente da Unidade de Negócios Inovadores do Sebrae/PE.

Abrindo o debate, Marina Ranga destacou as estratégias de especialização inteligente (RIS3) adotadas pela União Europeia como um novo paradigma de políticas regionais de inovação, cujo objetivo principal era promover a transformação econômica, com foco em modelos produtivos inovadores. “Queríamos criar empregabilidade nas empresas inovadoras e aumentar a internacionalização, tanto na Europa quanto globalmente”, afirmou. A estratégia de Andaluzia se baseou na identificação dos ativos únicos da região, apostando na capacidade de conectar esses recursos de forma colaborativa. “Criamos uma estrutura de governança política e técnica que identificou 68 oportunidades. A partir desses recursos, começamos a sustentar a vantagem competitiva”, finalizou Marina.

Como exemplo de especialização setorial, Lara Secchi Coelho trouxe para a discussão o ambiente do Vale do São Francisco. “Petrolina é o berço da especialização setorial brasileira quando o assunto é manga e uva de mesa”, afirmou. Segundo ela, os números comprovam esse posicionamento: “Para se ter ideia, 99% da uva produzida no Brasil e exportada vêm da região. No caso da manga, esse indicador é de 94%”, frisou. Lara ressaltou, ainda, que a aplicação de tecnologia avançada na agricultura e a localização estratégica – com solo fértil e a água do Rio São Francisco – criaram condições propícias para o desenvolvimento da fruticultura no Vale.

Já João Cláudio Santilli apresentou a experiência do Polo de Saúde de Londrina, no Paraná, como outro exemplo de especialização setorial bem-sucedida no Brasil. “Nosso objetivo é consolidar Londrina como um importante centro de inovação e tecnologia na área da saúde”, destacou. O projeto integra empresas, indústrias e instituições em uma rede de governança que visa impulsionar o desenvolvimento do setor de saúde na região.

LIVRO

A agenda do segundo dia do ELI Summit incluiu também o lançamento do livro “Ecossistema Local de Inovação: impulsos e práticas no Brasil”. Com casos práticos inéditos, apresentação dos instrumentos e metodologias utilizados e os desafios enfrentados, o livro, disponível em formato digital, elenca experiências exitosas de ecossistemas de inovação existentes no país.

A grande razão do Sebrae fazer uma publicação é porque é legal produzir ciência e devolver esse conhecimento para que todos saibam como os ecossistemas estão transformando o Brasil por meio da inovação colaborativa.

Evelyne Labanca, gerente de Negócios Inovadores do Sebrae/PE.

PREMIAÇÃO

Representantes de ecossistemas apresentaram suas iniciativas e resultados nas batalhas de pitches (Foto: Gui Lostt).

Após dois dias de disputa, também foram anunciados os ecossistemas vencedores da batalha de pitches. Ao todo, 16 experiências de todo o país apresentaram suas ações e resultados no palco do ELI Summit. Esta é a segunda vez que a disputa ocorre dentro do evento. Os vencedores foram selecionados a partir de um júri técnico e de votação popular. Confira:

1º lugar: Inovacentro de Santa Maria/RS

2º lugar: Ecossistema de Itajubá/MG

3º lugar: Ecossistema do Vale do Pinhão em Curitiba/PR

Para Pedro Saccol, presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), a premiação consolida um trabalho colaborativo que vem sendo desenvolvido há 27 anos e que, hoje, entrega resultados positivos à região. Em sua apresentação, Saccol apresentou o Santa Summit aos participantes do evento – um evento colaborativo que reúne diversos atores e instituições com o objetivo de impulsionar a inovação na região central do Rio Grande do Sul. Este ano, a iniciativa trouxe para o centro dos debates o Fórum da Reconstrução, com o objetivo de trazer soluções inovadoras e sustentáveis para os problemas provocados pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.