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Artesãos de Garanhuns transformam madeira de podas de árvores em obras de arte

Com o apoio do Sebrae, por meio de projeto que une a valorização do artesanato à sustentabilidade, mestres artesãos utilizam o recurso como matéria-prima no seu trabalho
Por Pedro Romero
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Mestres artesãos de Garanhuns estão transformando madeira de podas de árvores em obras de arte. Há pouco tempo, esses profissionais precisavam comprar a madeira ou mesmo buscar restos de árvores mortas em sítios e matas. A mudança foi possível graças a uma iniciativa da Unidade Regional do Sebrae/PE no Agreste Meridional, localizada em Garanhuns que, em parceria com a Prefeitura, desenvolve um projeto para a valorização do artesanato e incentivo à sustentabilidade. O trabalho começou em março deste ano e beneficia artesãos que trabalham com a matéria-prima, entre eles os mestres Serginho Alves, Fida, Marcos Siqueira e Zemar Vilela.

“Temos grandes mestres artesãos que trabalham com madeira e, frequentemente, a Prefeitura faz um trabalho de corte preventivo de galhos e árvores. Junto com os artesãos, nós fomos ao depósito onde esse material é guardado e vimos que alguns tipos de madeira poderiam ser aproveitados e fechamos essa parceria, reduzindo os custos de produção”, conta Gerlane Melo, analista do Sebrae/PE.

ECONOMIA

Um dos beneficiados pela iniciativa é José Sérgio Pereira dos Santos, 43 anos de idade e artesão há 20, que transforma pedaços de madeira em verdadeiras obras de arte. “Meu trabalho é de arte popular rústica, escultura em madeira, eu aproveito toda essa madeira da poda. Já pego uma madeira pronta para trabalhar, isso adianta muito o meu trabalho, aproveito cerca de 80% desse material. É uma parceria muito boa, me ajuda e ajuda a arte”, diz.

Entre os tipos de madeira que ele utiliza estão as de árvores de castanhola e eucalipto. O artesão conta que antes comprava o produto de um senhor que trazia a madeira dos sítios, oriunda de galhos soltos ou árvores mortas. Para transformar madeira em arte ele utiliza ferramentas como facão, machadinha e formão e faz em média duas peças por dia.

Outro mestre que participa do projeto é Zemar Vilela, que trabalha há quase 30 anos com artesanato e utiliza a madeira proveniente da poda para criar peças que sempre fazem sucesso nas feiras de artesanato. “Essa parceria é muito importante porque a gente usa essa madeira e fica mais fácil. Antes a gente tinha que pegar nos sítios, de árvores mortas, e isso tem um custo bem alto. Uso a madeira principalmente na forma do corpo e o resto eu complemento com sucatas e engrenagens como parafusos e porcas”.

SUSTENTABILIDADE

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Garanhuns, Neilton Falcão, além de escolher o tipo de madeira que vão levar, os artesãos ainda podem solicitar o corte de determinado pedaço da árvore, de acordo com a necessidade do seu trabalho. “Essa madeira é oriunda de podas e cortes preventivos de árvores, para evitar transtornos ou acidentes. Além de aproveitarmos essa madeira, para cada árvore que precisa ser cortada plantamos dez mudas”, explica.