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Dia do Profissional de Beleza: gestores devem estar atentos às inovações para manter a competitividade

Setor apresenta crescimento em Pernambuco, onde quantidade de empreendimentos aumentou mais de 130% na última década 
Por Larissa Correia
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Desde 2012, o Brasil celebra oficialmente, em 19 de janeiro, o Dia Nacional dos Profissionais da Beleza, que reconhece legalmente as ocupações de cabeleireiro, barbeiro, manicure, pedicure, depilador, maquiador e esteticista em todo o território nacional. Esse grupo é um dos principais envolvidos num setor gigantesco e com previsão de crescimento constante nos próximos anos, apresentando números nada modestos, como indicam dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e Statista. Segundo a entidade, o mercado da beleza movimentou US$ 24 bilhões no Brasil somente no ano passado, e a expectativa é chegar à marca dos US$ 32 bilhões até 2027.

Todo esse potencial econômico encontra eco em Pernambuco, onde a quantidade de empresas do setor cresceu 134% na última década, segundo dados da Receita Federal. Atualmente, o estado possui mais de 27,1 mil empreendedores ativos na área, das quais aproximadamente 22,1 mil são enquadrados como MEIs (microempreendedores individuais). Nesse período, a média de abertura de novos negócios na área foi de 1.549 empreendimentos por ano.

A analista do Sebrae/PE Gabrielle Carvalho explica que a criação desses empreendimentos é facilitada no estado, onde o setor conta com barreira de entrada baixa – no caso, apresentando menos fatores que representam potenciais obstáculos para começarem a atuar na área. Em outro momento, essa condição simplificada acaba exigindo mais dos empreendedores. “Como não são necessários grandes investimentos para a abertura do negócio, a competição se torna mais acirrada”, pontua. Ela destaca um dos grandes desafios para o segmento. “A falta de mão-de-obra qualificada é uma dificuldade compartilhada pelos empresários do setor”, acrescenta.

De acordo com a especialista, para não serem engolidos pelos concorrentes, é preciso, entre outros aspectos, que os donos, dirigentes e profissionais dessas empresas estejam preparados para se adaptar às novas demandas e inovações do setor, inclusive as tendências de consumo. Entre as projeções e incrementos que devem ficar em alta, neste ano, estão movimentos como o Naturalidade, que valoriza a beleza individual, sem ‘transformar’ os usuários – como o visual que a atriz Fernanda Torres exibiu na cerimônia em que ganhou o Globo de Ouro como melhor intérprete na categoria drama. “Esse movimento perpassa o contexto de make, com as pessoas valorizando o bem-estar antes de uma boa aparência”, detalha.

Gabrielle Carvalho explica que o consumo mais responsável dos produtos de beleza está entre os assuntos que vêm crescendo e ganhando força nas redes sociais neste ano. A abordagem chega ao grande público por meio de conceitos como Clean Beauty, criado para identificar os cosméticos elaborados sem ingredientes considerados tóxicos ou potencialmente prejudiciais para a saúde, e o Project Pan, incentivando o consumo sustentável de maquiagens e cosméticos com sua utilização até o final, reduzindo o desperdício e levando à economia financeira.

Preocupações com questões como sustentabilidade e diversidade também devem estar no radar dos empreendedores e profissionais de beleza. “Vemos que ainda há oportunidades de desenvolvimento nesse sentido em Pernambuco, principalmente no segmento de serviços. Porém já temos no estado muitos serviços de beleza, indústrias e marcas próprias que trabalham com produtos e fórmulas voltadas para a Clean Beauty, por exemplo”, comenta Gabrielle Carvalho.

A analista do Sebrae/PE chama atenção para critérios que devem ser observados para quem pretende enveredar ou já investe nesses conceitos. “Os consumidores a cada dia têm procurado mais por marcas que possuam responsabilidade social e ambiental. Contudo devemos ter em mente que sustentabilidade não é somente composta pelo pilar ambiental, mas também pelo econômico e pelo social. Diante disso, ao pensar em ter um negócio sustentável, os profissionais devem se planejar a curto, médio e longo prazo, além de repensar a própria cultura da empresa”, completa.

MAIS 

Mercado de beleza em Pernambuco* 
27.108 empresas ativas. Dessas, 22.091 enquadradas como MEI, 4.714 microempresas, 251 empresas de pequeno porte e 52 de médio e grande porte.

Recorte: Pequenos Negócios* 
1.549 é a média de novas empresas abertas por ano no setor entre 2014 e 2024
4,7 anos é a média de idade dos empreendimentos
27,3 mil pessoas são sócias de empresa
39 anos é a média de idade dos sócios
75,5% dos empreendedores são mulheres (20.644)
24,2% são do sexo masculino (6.621)
3.414 empreendedoras têm entre 35 e 39 anos, maior concentração por faixa etária. No caso dos homens, a maior quantidade está entre 25 e 29 anos (1.416 pessoas)

*Dados da Receita Federal, compilados pelo Sebrae/PE