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Em Bezerros, tradição dos papangus aquece vendas de artesão durante o Carnaval

Além das máscaras, Antônio também produz outros ícones da cultura pernambucana
Por Pedro Romero
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Além de ser uma festa que encanta foliões de todas as idades, o Carnaval aquece a economia de muitas cidades, como é o caso de Bezerros, no Agreste pernambucano, conhecida como a Terra do Papangu. Um dos que comemoram as vendas nesse período é o artesão Antônio Alexandre da Silva, de 61 anos. “Vendo os meus produtos para várias cidades e clientes do Nordeste, através das minhas redes sociais. No Carnaval as vendas aumentam, contando com a parceria do Sebrae/PE, que sempre proporciona cursos e capacitações para os artesãos”.

Ele conta que no período que antecede a Festa de Momo, geralmente é necessário contratar mais gente para poder atender ao aumento da demanda. “Nessa época, é preciso um reforço na produção, são principalmente pessoas da minha família. Minhas filhas e outros parentes sempre me ajudam. As vendas são muito significativas nesse período, sempre alcançamos as nossas metas”, diz o artesão, sem querer revelar qual o percentual de crescimento nas vendas no período.

Antônio Alexandre da Silva nasceu em Bezerros e conta que começou a trabalhar como artesão aos 23 anos. “Por causa da baixa demanda de trabalho na minha profissão de mecânico automotivo, fui entrando no mundo do artesanato, que na época era muito incentivado pela Prefeitura. Comecei produzindo máscaras e depois, com a necessidade de criar mais renda, também comecei a fazer balão junino. Hoje consigo trabalhar o ano todo, os dois períodos festivos”, pontua.

As peças são produzidas no ateliê do artista, que fica localizado na Rua das Oficinas, ao lado do Centro de Artesanato de Pernambuco. São principalmente máscaras de papangus decorativas e utilitárias, e burrinhas para crianças e adultos, com preços que variam de R$ 30 a R$ 250. “As máscaras são feitas de papel colê e as burrinhas infantis são feitas de papel colê e chita. Também tenho outra opção, feita de balaio e chita, um material grande e mais forte para os adultos brincarem”.

“O Carnaval é um dos principais períodos de fonte de renda da minha família e também é a oportunidade de conseguir mais clientes e admiradores do meu trabalho”, conclui Antônio Alexandre. Atualmente, com o apoio do Sebrae, ele é um microempreendedor individual (MEI) e conta com carteira do SICAB (Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro).

TERRA DO PAPANGU

Conhecido como a “Terra do Papangu”, Bezerros, distante 104 km do Recife, é considerado o terceiro maior polo carnavalesco do estado e tem como destaque a Folia do Papangu. O município atrai milhares de foliões durante o Carnaval, gerando centenas de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia local. O Papangu, considerado Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado, é presença garantida nas ruas da cidade.