Com a festa de aniversário de um ano do filho, Dom, se aproximando, Vinicius Meireles iniciou uma procura por alimentos baby friendly, buscando seguir as recomendações pediátricas de uma alimentação sem açúcar e sem sal. Ao perceber a carência desse tipo de produto no mercado, ele e a esposa, Aline de Biase, vislumbraram uma oportunidade de negócio e descobriram uma nova paixão. Assim, nasceu a Fruit Delicatessen, uma loja de lanches voltados para bebês.
Como solução para o seu problema – que é compartilhado por outros pais – Vinicius e Aline fizeram os próprios alimentos para a festa de 1 ano do filho e transformaram isso em um negócio. A proposta, desde o início, era oferecer opções mais naturais e saudáveis. Por isso, os doces são adoçados com frutas, enquanto os salgados são feitos com legumes, e o sal se torna um ingrediente opcional. Os cupcakes são o carro-chefe do empreendimento, preparados com farinha de arroz, além de raspas e suco das frutas. Mas os pães de beterraba e batata-doce também são comumente pedidos para comemorações e para fazer da introdução alimentar um processo mais fácil e diversificado.

Fotógrafo de formação, agora Vinícius faz a Fruit Delicatessen acontecer por conta própria, cuidando desde o atendimento aos clientes até a produção dos doces e salgados. Os desafios são muitos e incluem o equilíbrio entre manter a qualidade e crescer no mercado. Formalizado como MEI, Vinicius conta que, nos períodos mais movimentados, o negócio chega a receber até 80 encomendas por mês.
Apesar disso, a Fruit Delicatessen tem um motivo maior que é celebrado por Vinicius desde o primeiro dia de existência da empresa. A proximidade com Dom e a possibilidade de ajudar outros pais com a introdução alimentar de seus filhos faz toda a dificuldade valer a pena.
Eu fico muito feliz, porque eu não vejo como eu poderia estar trabalhando com uma coisa que eu acho legal e, ao mesmo tempo, poder estar próximo do meu filho.
Vinicius Meireles, empreendedor da Fruit Delicatessen.
Segundo ele, os feedbacks dos clientes dão energia para ele continuar a fazer o negócio crescer, como vem fazendo nos últimos 3 anos. Além disso, ressaltando também a felicidade de fazer parte de uma área – a alimentação – que é culturalmente dita como feminina, Vinícius fala que sente falta da participação dos pais no processo de introdução alimentar. “É uma pena que a participação dos pais seja mínima. Se eu tenho 400 clientes, acho que apenas 2 ou 3 são pais. Não dá nem para dizer que as mulheres são 99%, porque a presença masculina é menor do que isso e eles compram com pouca frequência”, explica.
Crescendo aos poucos, mas com sonhos de expansão, Vinicius continua se profissionalizando, enquanto acompanha o crescimento do filho e ajuda outros pais a acompanharem os passos dos seus. “Para o futuro, o ideal seria ter funcionários em uma loja. Sei que preciso crescer devagarinho mesmo para alcançar esse patamar, mas espero chegar em alguns anos”, ressalta.