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Pequenos negócios do campo impulsionam o desenvolvimento sustentável no Sertão do Pajeú

Parceria entre Sebrae e entidade internacional beneficia cadeias produtivas e estimula turismo rural na região
Por Samuel Santos
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O fortalecimento das cadeias produtivas é um fator essencial para o desenvolvimento econômico e social dos territórios. No Sertão do Pajeú, as atividades desempenhadas pelos pequenos negócios do campo — como avicultura, caprinovinocultura, apicultura e piscicultura — vêm movimentando a economia local e gerando oportunidades para centenas de produtores. O Sebrae Pernambuco tem sido um dos principais parceiros desses empreendedores, oferecendo capacitação técnica e conhecimento segmentado.

A mais recente iniciativa no território é uma parceria estratégica com a The Sustainable Trade Initiative (IDH), organismo internacional presente em mais de 20 países e focado em tornar os mercados agrícolas mais sustentáveis e inclusivos. O acordo prevê apoio direto a criadores da região, além da elaboração de projetos arquitetônicos para a construção de uma unidade de beneficiamento de peixes e outra de ovos. Também está em desenvolvimento um plano para fomentar o turismo rural, aproveitando o rico patrimônio natural, histórico e cultural do Pajeú.

O projeto já está em curso, com previsão de beneficiar cerca de 220 produtores de 17 municípios do Sertão do Pajeú, impactando direta e indiretamente a vida de aproximadamente 300 mil pessoas, especialmente agricultores familiares.

“A agricultura familiar é um importante pilar econômico da nossa região. Temos aqui a caprinocultura, uma tradição forte, e a apicultura, que vem ganhando espaço. Mas também percebemos um crescimento importante na avicultura e piscicultura, que merecem mais atenção”

Glícia Rafaeli, analista do Sebrae/PE.

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A estratégia da parceria inclui diversas ações: valorização das cadeias de apicultura e caprinocultura, desenvolvimento das cadeias de avicultura e aquicultura, introdução de novas tecnologias, consultorias gratuitas e orientação técnica especializada. Além disso, um mapeamento prévio realizado pelo Sebrae/PE em conjunto com as prefeituras locais permitiu identificar produtores com maior potencial de desenvolvimento, priorizando aqueles que ainda não haviam recebido nenhum tipo de consultoria para fortalecer seus negócios. Foram selecionados 30 produtores para cada cadeia produtiva, considerando as características e vocações de cada município.

O acompanhamento aos produtores terá duração média de oito meses. Durante este período, será realizado um diagnóstico individualizado de cada negócio, com análise da produção, custos e desempenho. A partir desse levantamento, será elaborado um plano de ação personalizado, que permitirá mensurar a evolução dos empreendedores ao longo do ciclo.

Em outra frente, a parceria prevê a criação de um plano estratégico de turismo rural, com o objetivo de diversificar as fontes de renda no Pajeú e reduzir a dependência exclusiva da agricultura. A iniciativa também busca fortalecer a identidade cultural da região, conhecida como berço da poesia, da música e de festas populares.

Recorte de gênero 

A inclusão de mulheres é um dos diferenciais do projeto. Na cadeia de avicultura, a participação será exclusiva de mulheres, atendendo a um dos eixos do Pacto Pajeú Sustentável e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU). O segmento da criação de aves foi escolhido devido à participação feminina ativa neste tipo de atividade, apesar de não existirem dados concretos sobre negócios do tipo conduzidos por mulheres na região. “Observamos que, em muitos casos, quando as consultorias são abertas, os homens acabam tomando a frente do processo. Com essa ação, queremos garantir um espaço de protagonismo e oportunidade para as mulheres empreendedoras do Pajeú”, explica Glicia Rafaela.

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