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Período junino é uma boa época para empreender no segmento de alimentos e bebidas

Produzir alimentos tradicionais do São João pode alavancar negócios. Segurança alimentar e diferenciais são essenciais para se destacar no mercado 
Por Paula Roberta
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Chegou o período junino e, com ele, as oportunidades no setor de alimentos para quem empreende ou quer iniciar seu negócio. O foco dessa época são as comidas de milho, desde as mais simples, como pipoca e o próprio milho cozido ou assado, até as mais complexas, como canjica, munguzá e pamonha. Também não ficam de fora a tapioca, bolos de milho, pé de moleque, as paçocas e o arroz doce. São muitas as possibilidades de itens a serem comercializados, mas para aumentar as vendas, os microempreendedores precisam focar na segurança alimentar, no preparo, no atendimento ao cliente e marketing dos seus produtos.

Os maiores desafios para os pequenos negócios são enfrentar a concorrência da produção em larga escala de padarias e supermercados e conseguir garantir o estoque das matérias-primas de forma adequada. Para isso, é necessário que sigam aspectos da segurança alimentar e que tenham um diferencial em todo o processo de produção, desde a compra das matérias-primas até a venda do alimento.

Valéria Rocha, analista técnica do Sebrae/PE

Para garantir o destaque em suas vendas é importante investir em aspectos como sabor, inovação, embalagem bem elaborada e segura, divulgação planejada, investimento em alimentação de redes sociais com fotos e vídeos de qualidade e atrativos. Também é importante ter preços justos e saber fidelizar o cliente dando descontos, bonificações e ofertas melhores que as dos concorrentes.

“É importante também que os microempreendedores invistam na área do marketing, para que se destaquem em relação a outros. Eles podem decorar as embalagens com bandeirolas coloridas, criar cardápios com opções de combos de vendas e fazer alusão às músicas juninas em embalagens e redes sociais. Além disso, se o ponto de venda for físico, manter a música junina tocando no ambiente, o que vai estimular o consumo do produto e atrair mais clientes”, explica Valéria.

Para fazer uma comida junina saborosa, saber cozinhar é um aspecto importante, mas outro fator relevante é incluir as normas de segurança alimentar ao longo de todo o processo de produção desses alimentos. Os principais deles são manter mãos e braços sempre lavados, unhas bem cortadas, cabelos presos e protegidos por touca, não fazer uso de acessórios, utilizar equipamentos e utensílios higienizados de forma correta. Além de possuir um ambiente de produção limpo e isento de animais e fazer o uso de embalagens adequadas e exclusivas, que tenham resistência e conservem o alimento na temperatura necessária.

“Para um entrega de produtos de qualidade, o manipulador de alimentos precisa estar capacitado para manuseá-los com segurança, garantindo que seus clientes não corram nenhum risco de contaminação alimentar e, assim, possam promover comentários positivos e alavancar seu empreendimento”, completa a analista do Sebrae/PE.

Valéria Vilar começou sua história no empreendedorismo há mais de 20 anos, fazendo bolos para família e vizinhos. Logo seu negócio expandiu e ela iniciou suas vendas e aumentou seus serviços, trabalhando com festas completas com seu marido. A pandemia mudou o rumo de seus negócios e, para continuar no mercado, ela investiu R$ 300 na produção de 13 kits juninos, que foram revendidos para pessoas próximas. A qualidade de seus produtos gerou um retorno de mais de 70 kits encomendados. Atualmente, Valéria é proprietária de um buffet e, durante o período junino, lucra bastante com seus preparos de produção caseira, sempre prezando pela segurança alimentar.

Nós procuramos sempre ter tudo muito fresco, porque trabalhamos com ingredientes perecíveis. Se não armazenamos direito, a matéria-prima estraga. Coco, milho e leite de coco são produtos que podem estragar de um dia para o outro. Então, o cuidado que a gente tem é esse, para fazer tudo bem fresquinho, tudo novinho. As únicas coisas que são congeladas por, no máximo, 3 dias, são o coco ralado, a macaxeira e o milho, mas todos são devidamente embalados e etiquetados.

Valéria Vilar, proprietária do @buffervaleriavilar

CAPACITAÇÃO

Para ajudar os interessados em atuar no segmento de alimentos e bebidas, o Sebrae oferta, de forma gratuita e online, o curso Boas práticas nos serviços de alimentação, por meio do qual os empreendedores poderão se aprofundar nas normas de segurança alimentar para o manuseio de seus produtos.