O Sebrae e o Tribunal de Justiça de Pernambuco fecharam um acordo para ampliar projetos voltados para mulheres privadas de liberdade e as que são vítimas de violência doméstica. O documento que sacramenta o acordo de cooperação técnica foi assinado pelo Superintendente do Sebrae/PE, Murilo Guerra e o presidente do TJPE, Desembargador Luiz Carlos de Barros e Figueirêdo. Também participaram da cerimônia, realizada no Palácio da Justiça, no Recife, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Fausto Pontual e a diretora técnica, Josiana Ferreira.O acordo prevê a capacitação de 50 mulheres que estão no regime semiaberto e com pena perto de ser finalizada, na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, no Grande Recife.
O projeto piloto está previsto para começar em abril deste ano. Durante sete meses as participantes vão ter acesso a cursos e oficinas do programa do Sebrae Delas, que busca estimular o empreendedorismo feminino. “ Essa ação é de uma relevância social importantíssima, pois ajuda no desenvolvimento da pessoa humana. Sabemos como é a realidade das unidades prisionais brasileiras, por isso, quando você leva capacitação e treinamento adequados para essas mulheres dá a elas a oportunidade de começar uma nova história, com dignidade”, destaca Murilo Guerra.
As capacitações na colônia de Abreu e Lima serão realizadas para apenadas acolhidas no projeto Recomeçar, do TJPE. Os cursos terão como foco o autoconhecimento, os negócios que podem ser desenvolvidos a partir das habilidades de cada mulher e, por fim, como construir conexões com redes de empreendedorismo feminino. “ Nós estamos juntando as duas pontas do Brasil real, o que deu certo, representado pelo Sebrae, e o que ainda acumula gargalos históricos, representado pela sua imensa população carcerária. No caso das mulheres, muitas são levadas para mundo do crime pelos companheiros e familiares. Esperamos que essa ação seja restauradora e nos ajude a construir um país melhor”, pontua o presidente do TJPE, Desembargador Luiz Carlos de Barros e Figueirêdo.
A coordenadora estadual da Mulher, desembargadora Daisy Andrade, falou sobre o que significa esse convênio com o Sebrae para a evolução de vida das reeducandas. “A parceria com o Sebrae representa um grande avanço e agrega muito valor ao projeto Recomeçar desenvolvido pelo TJPE através da Coordenadoria da Mulher. Realizar cursos de capacitação é garantir um ofício e assegurar o empreendedorismo das mulheres privadas de liberdade, facilitando o processo de ressocialização”, pontuou a magistrada.
A gerente da Penitenciária de Abreu e Lima, a policial Elisângela Santana, explicou o que representa essa iniciativa para as reeducandas da instituição. “Nós necessitamos muito desse apoio de parceiros externos para contribuir com a ressocialização do nosso público, para que as mulheres privadas de liberdade possam sair daqui seguras de seu potencial como profissionais, que saibam que têm um caminho para seguir seja atuando em empresas ou como autônomas. Vamos fazer esse filtro das reeducandas que querem participar da ação e que cursos seriam mais interessantes para elas, sejam eles voltados para o mercado da beleza, da alimentação, do artesanato, ou quaisquer outros que nos sejam oferecidos”, enfatizou.
Além da iniciativa dentro do sistema prisional, o acordo ainda prevê a realização eventos, palestras, cursos e oficinas sobre violência contra a mulher. As ações vão ocorrer em todo o estado e também vão contar com capacitações em empreendedorismo, oferecidas por consultores do Sebrae.