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Reeducandas da Penitenciária de Abreu e Lima concluem capacitação promovida pelo TJPE e
Sebrae

Projeto oferece uma oportunidade de empreendedorismo para mulheres privadas de liberdade
Por Redação TJPE
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Quarenta reeducandas do Presídio Feminino de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, deram um importante passo para a reinserção social através do mercado de trabalho. Elas concluíram o curso de capacitação profissional nas áreas de empreendedorismo, gastronomia e beleza, promovido por meio de uma parceria entre a Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco (Sebrae/PE). O curso faz parte das ações do Projeto Recomeçar, da Coordenadoria da Mulher; e do Programa Sebrae Delas.

Durante a solenidade, a gerente de Articulação Institucional do Sebrae/PE, Roberta Correia, falou da alegria pela conclusão do primeiro ciclo de capacitação. “Quando a gente fez a parceria com o Recomeçar, a gente não se via só como uma parceria de recomeço, mas uma parceria que representava um voo para quem vai empreender. O Sebrae está aqui com o propósito de auxiliar vocês nesse voo que é o empreendedorismo”, afirmou.

Roberta Correia aproveitou a oportunidade para anunciar que as mulheres que estejam ingressando no regime semiaberto continuarão tendo o apoio da entidade para dar prosseguimento ao processo de capacitação. Ela também confirmou a disponibilidade da instituição para promover as próximas turmas no ano que vem.

A coordenadora da Mulher do TJPE, desembargadora Daisy Andrade, se emocionou ao parabenizar as mulheres pela conclusão do curso. “Eu cumprimento vocês mulheres que vivenciaram e protagonizaram um momento diferente na vida de vocês e também em todo o sistema. Quando a gente olha para a imagem do Projeto Recomeçar é possível ver a silhueta de uma mulher, as suas asas e toda a ideia da transformação que uma borboleta pode fazer na vida de uma pessoa. E eu posso afirmar que conseguimos enxergar isso no semblante de cada uma aqui. No primeiro dia que viemos lançar o projeto, vocês eram umas e hoje vocês são outras pessoas”, declarou.

“Vocês estão vivendo uma circunstância, mas essa circunstância não vai impedir que pensem na vida que existe lá fora. E é exatamente essa a proposta. Então para nós que fazemos o Poder Judiciário é muito gratificante ver o resultado e ter essa notícia que foi dada aqui pelo Sebrae. Sempre quisemos que esse não fosse apenas um projeto piloto, mas que fosse um pontapé inicial para muitas transformações e espero que isso venha acontecer em todo o Sistema Prisional feminino, em todo o estado”, comemorou a magistrada.

O secretário Executivo de Ressocialização, Paulo Paes Araújo, falou sobre a necessidade de realizar ações voltadas ao público das unidades prisionais femininas do estado. “A gente vê as unidades femininas um pouco desassistidas e é uma coisa que não vamos mais admitir, temos que ter um olhar diferente em relação a isso. Não só com relação a cursos e momentos como esses aqui, mas também no âmbito do atendimento jurídico e social, além de atendimento dentário, que precisa muito. É tão importante essa palavra recomeçar, porque não estamos aqui olhando o que se fez ou deixou de fazer, estamos olhando para seres humanos”, defendeu.

Durante o evento foram apresentados os principais indicadores medidos no início e no final do projeto. Foi avaliada a autopercepção das mulheres em relação ao seu nível de conhecimento, que é como elas próprias se veem em relação a cada aspecto. Os números mais expressivos foram obtidos em relação a indicadores como aptidão para empreender, com aumento de 45%; ideia de negócio que obteve também 45% de crescimento; conhecimentos em marketing e comunicação que teve crescimento de 54%; e organização financeira pessoal com um acréscimo de 63%.

Lisângela Araújo, que tem 47 anos, fez a capacitação na área de gastronomia e já tem planos de colocar em prática o que aprendeu com a abertura de um negócio próprio. “Achei muito proveitoso e estou muito agradecida por ter essa oportunidade pra aprender, pra conviver e viver coisas da rua, porque já faz cinco anos que estou no presídio. Foi muito bom, muito proveitoso. Meu plano é de sair e montar uma lanchonete, um restaurante, algo assim. A expectativa tá grande e agora com o curso aumentou mais ainda”, disse.

Para Cristiane Renata, de 50 anos, o curso de empreendedorismo e design de sobrancelhas representa uma oportunidade a mais de trabalho, que pode ser compartilhada com suas companheiras. “É uma oportunidade a mais pra gente ter o nosso próprio negócio. Isso é uma oportunidade única que a gente tem aqui dentro de termos a chance de ter um futuro pela frente. Poder compartilhar que ‘eu sei fazer unha’, outra que ‘eu sei fazer um cabelo’, a outra que sabe fazer um design de sobrancelha e se associar com outras pessoas. Quem sabe abrir uma microempresa”, almeja Cristiane.

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