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Artesãos da Região Metropolitana do Recife atualizam conhecimentos nas Jornadas Criativas 

Mobilização promovida pelo Sebrae em parceria com o Governo de Pernambuco atraiu centenas de artífices para o Cais do Sertão 
Por Larissa Correia
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Mais de 230 artesãs e artesãos da Região Metropolitana do Recife participaram, na última segunda-feira (07), do lançamento das Jornadas Criativas promovidas pelo Sebrae Pernambuco e o Governo do Estado no Cais do Sertão, no Bairro do Recife. A mobilização faz parte das ações do programa Pernambuco Artesão e, até maio, vai ser realizada em sete regionais do estado como forma de estimular os artífices a aprimorar seus trabalhos e a ampliar o acesso às redes e novos mercados.

Por meio das Jornadas Criativas, queremos ajudar os artesãos tanto a assumir as rédeas dos seus pequenos negócios, porque são empreendedores e donos do próprio destino, como auxiliar na gestão e aspectos como planejamento, marketing e precificação, que é tão difícil, às vezes.

Josiana Ferreia, diretora Técnica do Sebrae/PE

“Estamos trabalhando para desenvolver e fomentar o artesanato pernambucano não apenas para o mercado interno, mas, quem sabe, ganhar o mundo. Seguimos nessa grande parceria com a Adepe, com o Governo do Estado, que está junto nesse projeto de tanto sucesso e adesão”, enfatizou.

Gestora estadual de Economia Criativa do Sebrae Pernambuco, Verônica Ribeiro falou sobre a proposta do Pernambuco Artesão. “O programa vem primeiro com o estudo desse estado da arte, que é o artesanato pernambucano. Queremos saber quem é o artesão, o que ele faz, se o artesanato é a principal fonte de renda dele e, se for, como o Sebrae junto com o Governo pode ajudá-lo a acessar novos mercados. São as dores da categoria que estamos tentando identificar para trazer soluções para eles. A Jornada Criativa é nada mais do que trazer inovação e estimulá-los para a produção de novos produtos, o que vai fazer com que eles se tornem mais competitivos para acessar esse mercado, que não é para iniciantes, é para profissionais”, ressaltou.

Pela manhã, a programação contou com a palestra “Artesanato: Da produção ao mercado”, ministrada por Dorotéa Naddeo (MG), especialista em gestão de projetos de artesanato. Outra abordagem foi feita pela professora doutora Ana Andrade, coordenadora do Imaginário, laboratório de Pesquisa e Design da UFPE. Ela detalhou como foi elaborado e alguns dos dados do Estudo da Cadeia Produtiva do Artesanato, iniciado pela Adepe e pelo Sebrae em 2023. À tarde, ela mediou o debate “Artesanato e Desenvolvimento” e uma dinâmica com os participantes do evento para identificar o que é preciso e o que fazer para favorecer o desenvolvimento do setor no estado.

A diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe, Camila Bandeira, contou que a realização das primeiras Jornadas Criativas, ocorridas em março passado nas cidades de Caruaru e Garanhuns, no Agreste pernambucano, já estão dando resultados. “O que elas geraram de novos produtos, de novas histórias… Porque o que destaco, no fim das contas, é que não copiamos ninguém nem nos inspiramos em nenhum modelo. Estamos valorizando a nossa própria história, as nossas raízes, para, com isso, trazer produtos que vendam para melhorar, fomentar e comercializar cada vez mais em outros mercados, inclusive”, completou.

A pescadora Maria Silvânia dos Santos, mais conhecida como Mozinha da Ilha, foi uma das artesãs que marcou presença na Jornada. Com uma vida inteira dedicada à pesca e há cerca de uma década produzindo artesanato com conchas de sururu e marisco, ela aproveitou o evento para sugerir um novo uso para o material. “Acredito que as conchas possam ser usadas na confecção de blocos de construção. Quero encontrar alguma instituição que estude ou mesmo patrocine essa ideia”, comentou.

JORNADAS

Durante a edição recifense, 20 artesãos e artesãs foram selecionados para participar de uma programação mais longa, que vai se estender de 11 de abril a 9 de maio. Nesse período, eles receberão mentorias coletivas e consultorias individuais gratuitas com Jackson Araújo e Isabel Castro. Comunicólogo especializado em análise de comportamento, cultura e mídia, Jackson é consultor criativo e pesquisa movimentos e expressões ligados à chamada Economia Afetiva. Já a designer industrial Isabel desenvolve coleções e produtos inovadores para marcas e fábricas, aplicando design para gestão de resíduos têxteis.

A estratégia vem sendo repetida em todas as cidades do circuito. No fim, 140 artífices terão sido contemplados com a capacitação adicional. A expectativa é que eles criem produtos e coleções com potencial para serem levados para outros mercados. Também nesta semana, a iniciativa aconteceu em Goiana, na Zona da Mata Norte. Agora, o evento de lançamento e as jornadas seguem para os Sertões: Petrolina (28), Araripina (30) e Serra Talhada (09/05).

MAIS 

O Programa Pernambuco Artesão foi lançado na 24ª Fenearte, realizada no ano passado. Em dezembro, a iniciativa levou oito artesãs pernambucanas para a Expoartesanías, em Bogotá, na Colômbia. O programa também viabilizou a viagem de dez artesãs e artesãos do estado para a 35ª Feira Nacional do Artesanato — Expominas, realizada em Belo Horizonte (MG).

Neste primeiro semestre, além das Jornadas Criativas, que já contemplaram 300 artesãos em Caruaru e Garanhuns, o programa viabiliza a ida de seis artesãos e/ou associações para o 19º Salão do Artesanato de São Paulo – Raízes Brasileiras, em maio, e realizará oficinas de marketing digital e gestão financeira e palestras sobre linhas de crédito.