Uma pessoa pode ter que esperar até 136 dias para receber atendimento psicológico no Sistema Único de Saúde (SUS). Diante desse cenário, agravado pela pandemia de Covid-19, em 2020, o psicólogo Lucas Glasner decidiu criar algo que facilitasse o acesso da população ao serviço. Era o início do PortasPsi, projeto de impacto que rendeu a ele uma bolsa do YLAI (Young Leaders for America Initiative), programa dos Estados Unidos focado em capacitar jovens lideranças da América Latina e Canadá. A construção desse processo foi apresentada pelo profissional na última quinta-feira (16), no espaço Sebrae na Rua, laboratório de ideias da instituição durante o REC’n’Play, no Bairro do Recife.
Na ocasião, o especialista detalhou a experiência numa palestra sobre como desenvolver liderança empreendedora no território e alcançar o mundo a partir de programas internacionais como o YLAI. Quem também participou da dinâmica foi a jornalista e cineasta Bruna Monteiro, que tem uma trajetória marcada por ações e projetos focados em direitos humanos. Entre eles, o lançamento do Ganda Lab Criativo, um hub feito por mulheres e pessoas LGBTQIAP+ que oferece serviços de comunicação com resultado e impacto social. Por suas ações na área, ela também foi contemplada com uma bolsa pelo YLAI.
Os dois pernambucanos falaram para um público interessado em descobrir como aprimorar suas iniciativas e aplicar em programas além das fronteiras brasileiras, aumentando o alcance e o reconhecimento de trabalhos feitos no país.
O PortasPsi é uma comunidade criada para melhorar a saúde mental das pessoas. Atualmente, temos mais de 50 psicólogos conectados e mais de 1,8 mil indivíduos impactados pelo atendimento mais acessível e acolhedor para todos.
Lucas Glasner, psicólogo criador da plataforma.
O especialista reiterou que as pessoas interessadas na criação de iniciativas sociais não precisam já estar com as ideias prontas para tentar executá-las. “Basta que elas tenham potencial. Uma boa ideia pode mudar o mundo e é preciso tentar sempre, várias vezes, até levá-la para o mundo”, ressaltou.
Bruna Monteiro disse que levou sua experiência para o Sebrae na Rua como forma de inspirar outras pessoas a ‘voar’ e alcançar o mundo com seus negócios. Ela deu orientações ao público para aplicação em iniciativas internacionais, inclusive destacando a importância de candidatos demonstrarem confiança nas apresentações. “Os organizadores não darão uma bolsa para alguém que vá desistir no meio do processo”, destacou.

A empreendedora social também comentou estratégias que adotou para ter acesso a pessoas relevantes, enfatizou que o mundo precisa de pernambucanidade e brasilidade e apresentou o trabalho da Ganda.
Tinha certeza e propósito e queria construir algo que tivesse contexto e fizesse sentido para mim e para a minha vida. Hoje em dia somos uma agência que faz comunicação inclusiva, formada exclusivamente por mulheres e pessoas LGBTPQIA+, trabalhando apenas campanhas de impacto social e criando novas narrativas para marcas conscientes.
Bruna Monteiro, fundadora do Ganda Lab Criativo.
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